Parente distribui carta para evitar greve dos petroleiros
No texto, executivo argumenta que decisão de reajustar preços dos combustíveis foi tomada em defesa da Petrobras
atualizado
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O presidente da Petrobras, Pedro Parente, distribuiu uma carta aos empregados da empresa nesta segunda-feira (28/5) na tentativa de conter a greve de 72 horas marcada para a próxima quarta (30). No texto, o titular da estatal argumenta que a decisão de reajustar os preços dos combustíveis diariamente em linha com o mercado internacional foi tomada em defesa da companhia e com o objetivo de evitar o crescimento da dívida.
O executivo inicia e conclui a carta questionando a contribuição dos funcionários para o fim dos protestos dos caminhoneiros. “Como a Petrobras e a sua força de trabalho podem melhor ajudar o Brasil neste momento?”, indaga Parente.
Em seguida, responde: “Não acreditamos que seja com paralisações e pressões para redução de nossos preços. Em nosso entendimento, isso teria justamente o efeito contrário: seria um retrocesso em direção ao aumento do endividamento, prejudicando os consumidores, a própria empresa e, em última instância, a sociedade brasileira. Assim, neste grave momento da vida nacional, convidamos todos a uma cuidadosa reflexão”, pontuou o presidente da estatal.A paralisação dos petroleiros foi definida no último sábado (26) pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). O sindicato já vem realizando assembleias nas unidades operacionais da empresa desde o mês passado e obteve a autorização dos empregados para a mobilização. Por enquanto, o protesto tem período definido, de três dias, por isso é considerado apenas de advertência. Mas outra paralisação por tempo indeterminado ainda está sendo organizada.
A FUP apresentou cinco pontos de reivindicação à direção da empresa. Entre elas, está o pedido de demissão de Parente, além da mudança na política de preços, com redução dos valores cobrados nas refinarias.
Parente, na carta aos funcionários, classifica a atuação da direção da companhia como “firme e diligente”. Ele ainda justifica a adoção da atual política de preços e diz que a recuperação financeira da companhia é a melhor contribuição a ser dada à sociedade, com a geração de emprego e desenvolvimento.
“Uma Petrobras com menos dívidas, com mais investimentos e geração de empregos se faz com a defesa dos seus reais interesses, e isso demanda ação firme e diligente dos seus dirigentes, com o indispensável apoio de sua força de trabalho. Como citamos acima, isso não é colocar a empresa antes do país ou dos consumidores ou ficar apegado a dogmas. Pelo contrário, quanto mais financeiramente saudáveis formos, melhor cumpriremos o nosso papel social de empresa que investe, produz, contrata e gera desenvolvimento”, disse.
Assim como vem afirmando desde o início da greve dos caminhoneiros, Parente reitera que a estatal não é a única responsável pela formação dos preços dos combustíveis. Ainda conforme destacou, os impostos incidem sobre a gasolina e o diesel e contribuem com os caixas dos governos estaduais e federal.
“Culpar a Petrobras pelos preços considerados altos nas bombas é ignorar a existência dos outros atores, responsáveis por dois terços do valor da gasolina e metade do preço do diesel. Eles também precisam colaborar com a solução”, concluiu Pedro Parente.