Para Janot, afastamento de Cunha trará normalidade às investigações
O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta conceder uma liminar ao pedido de afastamento feito pelo procurador-geral em dezembro de 2015
atualizado
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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu nesta quinta-feira (5/5), que o afastamento do cargo de deputado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai trazer “normalidade” ao avanço das investigações contra ele na Operação Lava Jato.
“Eduardo Cunha vinha demonstrando comportamento incompatível com o cargo, mesmo depois do pedido de afastamento feito pela Procuradoria-Geral. A regularidade de procedimentos criminais em curso no Supremo Tribunal Federal e a normalidade das apurações submetidas ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados dependiam dessa decisão”, afirmou.
Plenário
Teori vai levar a decisão sobre Cunha para ser referendada por plenário do Supremo ainda nesta quinta. Já estava prevista para hoje a análise de outra ação que pede o afastamento de Cunha, esta apresentada pela Rede Sustentabilidade. A ação do partido alega, entre outros pontos, que Cunha está na linha sucessória da Presidência da República e, por ser réu em processo criminal, não poderia ocupar o comando do País em eventuais afastamentos do titular do cargo.
Segundo assessores do procurador-geral da República, Janot soube da decisão de Teori na manhã desta quinta e passou a preparar a sustentação oral que vai apresentar no julgamento marcado para as 14 horas.
A notícia foi recebida com “naturalidade” pelos procuradores do grupo de Janot, que esperam que a decisão de Teori seja referendada pela maioria dos ministros do Supremo. Segundo deles, não há dúvidas de que, se o Supremo decidir realmente afastar o presidente de um outro Poder, esse é um “caso excepcionalíssimo”, mas que foi necessário diante da gravidade dos fatos.