Para Guedes, visita a Argentina pode selar acordo entre Mercosul e UE
No ano passado, Guedes disse a jornalistas que o “Mercosul não é importante”. Mas, nesta quinta-feira, o ministro brasileiro será obrigado a voltar a tratar sobre o bloco comercial
atualizado
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Enviada especial a Buenos Aires – O ministro da Economia, Paulo Guedes, falou rapidamente com a imprensa na Casa Rosada – residência oficial do presidente da Argentina – no início da tarde desta quinta-feira (04/06/2019). Segundo ele, a visita do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PSL), ao chefe de Estado do país vizinho, Maurício Macri, poderá acelerar ainda mais o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. “Estamos possivelmente a três, quatro semanas do acordo”, completou.
Guedes resolveu vir à Argentina apenas no fim dessa quarta (05/06/2019). Ele acompanhará Bolsonaro em todas as agendas do dia, apesar de o ministro da Economia argentino, Nicolás Dujovne, não estar em Buenos Aires. No ano passado, Guedes disse a jornalistas que o “Mercosul não é importante”. Mas, nesta quinta-feira, o ministro brasileiro será obrigado a voltar a tratar sobre o bloco comercial.
Entenda
O Palácio do Planalto vem dizendo que a Argentina é um dos mais importantes parceiros estratégicos do Brasil. Para o governo federal, um sinal dessa relevância é o fato de o presidente Mauricio Macri ter sido o primeiro chefe de Estado recebido pelo presidente Jair Bolsonaro, ainda em janeiro deste ano. No ano passado, a Argentina foi o terceiro principal parceiro comercial do Brasil, atrás apenas de China e Estados Unidos.
A visita do presidente ao país vizinho visa aprofundar a agenda na qual ambos os presidentes começaram a trabalhar em janeiro. Assim, durante a visita, Bolsonaro acredita que os dois terão a oportunidade de dar sequência ao debate em áreas como integração econômica, energia, ciência e tecnologia, defesa e assuntos regionais.
A Argentina é o terceiro maior sócio comercial do Brasil, enquanto os brasileiros representam o maior parceiro econômico dos argentinos. Em 2018, o fluxo comercial atingiu US$ 26 bilhões. O intercâmbio entre os países é constituído por mercadorias de alto valor agregado: 93% das exportações brasileiras para a Argentina são de produtos industrializados e 80% das exportações argentinas para o Brasil também se encaixam na mesma categoria. No que tange a investimentos, há US$ 10 bilhões argentinos investidos no Brasil, e US$ 16 bilhões brasileiros na Argentina.