Palocci: empréstimos do BNDES eram contrapartidas para campanhas do PT
A afirmação foi dada durante depoimento, em reunião fechada, do ex-petista na CPI do BNDES, nessa terça-feira (02/07/2019)
atualizado
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O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci afirmou que, no governo Lula, os empréstimos a empresas como JBS e Odebrecht eram cedidos em troca de recursos para petistas em campanhas majoritárias e proporcionais. A afirmação foi dada durante depoimento, em reunião fechada, do ex-petista na CPI do BNDES, nessa terça-feira (02/07/2019). As informações são do jornal O Globo.
Segundo a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, Palocci relata “pagamentos de vantagens indevidas ao Partido dos Trabalhadores, intermediado por Paulo Bernardo, no valor de R$ 64 milhões de reais, em razão do auxílio político concedido à empresa Odebrecht, no tocante ao aumento de linha de crédito junto ao BNDES para atuação da empresa nos empreendimentos existentes em Angola”.
O ex-petista disse na CPI que a taxa de risco de países como Angola e Venezuela foi diminuída sem critério técnico, por uma decisão de Lula. A escolha dos “campeões nacionais” favorecidos por empréstimos também partia do ex-presidente, segundo ele.
O ex-ministro reforçou também que repassou R$ 300 milhões da Odebrecht a Lula, no fim do mandato do ex-presidente. O valor teria sido pago, de acordo com Palocci, para que o favorecimento da empreiteira continuasse.
A defesa de Lula, no entanto, afirmou que não poderia se manifestar sobre um “suposto depoimento secreto”. “Já demonstramos em diversas oportunidades que Palocci faz acusações sem prova contra, atuando como instrumento de perseguição política contra o ex-presidente”, afirmam os advogados”, complementaram os advogados.