País vive dificuldade financeira e deve aceitar ajuda do G7, diz Maia
O presidente da Câmara ressaltou ainda que a agenda do Congresso Nacional nunca será relaciona à flexibilização de proteção do meio ambiente
atualizado
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira (26/08/2019), que o Brasil vive “dificuldade financeira” e, por isso, deveria receber e utilizar os recursos a serem repassados pelo G7 para combater os incêndios na Amazônia.
“O Brasil hoje vive dificuldades financeiras e se todos têm essa preocupação, o Brasil tem toda condição de receber e utilizar os recursos”, afirmou. No entanto, ressaltou que é preciso deixar claro aos países de que “a região amazônica, assim como em todo território nacional, a soberania é do Estado brasileiro”.
Nesta manhã, líderes do G7 anunciaram que vão repassar 20 milhões de euros, aproximadamente R$ 91 milhões, para ajuda emergencial no combate às queimadas na floresta. Quem anunciou o apoio foi o presidente da França, Emmanuel Macron.
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), entretanto, questionou o interesse do mandatário francês em tentar conter o fogo da região. No Twitter, ele escreveu que Macron “nem disfarça suas intenções atrás da ideia de uma ‘aliança’ dos países do G-7 para ‘salvar’ a Amazônia. Como se fôssemos uma colônia ou uma terra de ninguém”, criticou Bolsonaro.
Já para Maia, Macron “tem razão na crítica ao desmatamento”, mas se excedeu em colocar em xeque o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. “Ele tem razão na crítica ao desmatamento, mas daí a transformar isso em uma crise da União Europeia com o Brasil, com o Mercosul, de um tratado, de um acordo que vem sendo construído ao longo de 20 anos, eu acho que os próprios países do G7 deram um freio nesse excesso”, pontuou.
Segundo o presidente da Câmara, o Executivo e o Congresso Nacional não lançaram nenhuma ação concreta ou alteraram a legislação brasileira que justificasse as declarações do francês relacionadas ao governo brasileiro.
“Os deputados do agronegócio e do meio ambiente vão construir uma pauta comum para mostrar que a agenda do Congresso nunca será relacionada com a flexibilização de proteção do meio ambiente”, finalizou.