“Nunca mamei em teta nenhuma”, diz Doria após ataque de Bolsonaro
Em live na quinta, presidente voltou a questionar compra de avião pelo tucano com financiamento do BNDES
atualizado
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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta sexta-feira (30/08/2019) que nunca precisou contar com benesses durante sua carreira, em uma clara resposta ao presidente Jair Bolsonaro. Em live na quinta (29/08/2019) à noite, o mandatário da República afirmou que o tucano “estava mamando” no governo do PT, referindo-se, mais uma vez, à compra de aviões com financiamento do BNDES. “João Doria, comprou também? Explica isso aí. Só peixe, amigão do Lula e da Dilma.”
Em Berlim, o político paulistano foi questionado pelo Broadcast se manteria alguma relação de amizade com os ex-presidentes petistas. “Não, ao contrário. Tenho posição bem distinta. Nunca precisei mamar em teta nenhuma.” Ainda sobre os ex-chefes do Executivo do PT, pontuou: “Quero Lula e Dilma distantes. Se possível, do Brasil até. Que fiquem, se possível, onde estão: Lula na prisão e Dilma no ostracismo”, disparou.
Doria foi abordado por jornalistas brasileiros em Berlim, na Alemanha, onde está para participar de uma apresentação da Volkswagen sobre compartilhamentos de veículos. Na véspera, estava em Wolfsburg, sede mundial da montadora alemã, que confirmou o investimento de R$ 2,4 bilhões em plantas para São Paulo de um total de R$ 7 bilhões já anunciados anteriormente.
No início da entrevista, o governador disse que não entraria na polêmica com o presidente e que responderia de forma “serena e equilibrada” à questão. “O financiamento do avião que compramos, um Legacy 650, foi feito juntamente com outros 135 financiamentos de aviões executivos para empresas brasileiras e internacionais. É assim no mundo: os competidores da Embraer também financiam os aviões executivos e com isso geram empregos, impostos e oportunidades para brasileiros aqui por meio da Embraer, que disputa o mercado mundial com outros três competidores”, destacou.
Para o tucano, não há problema em divulgar a informação, que já era pública. “Assim como no caso de Luciano Huck”, acrescentou. O apresentador de televisão também havia sido mencionado por Bolsonaro e, assim como Doria, é um potencial candidato à próxima eleição presidencial. “Luciano Huck, que teta hein? Sou o último capítulo do caos?! Não foi ilegal a compra (de Huck), reconheço, mas só pra peixe”, disparou o mandatário do país.
Doria alegou que, além de não haver irregularidade dos financiamentos, a notícia não revela “nenhuma caixa preta”. “Até porque o financiamento foi feito pelo BNDES junto à Embraer, não apenas para estes que foram divulgados como para outros também, é normal”, defendeu. “Faz parte de uma competição internacional e a Embraer deve ter financiamento feito pelo BNDES, não há irregularidade nisso”, frisou.
Para João Doria, o banco de fomento deveria divulgar os investimentos feitos pelo Brasil em Cuba, na Bolívia e na Venezuela. “(Sobre) Esses, como cidadão brasileiro, quero conhecer mais detalhes”, ressaltou. “É hora de fazer administração, gestão, por isso não entro nessa polêmica com o presidente Bolsonaro: estou focado na gestão do Estado de São Paulo e não devolvo a ofensa e nem vou entrar na linha de confronto.”