No Senado, ministro da Educação defende ensino domiciliar
“Se o pai e a mãe estão educando bem os seus filhos, quem somos nós para interferir?”, questionou Abraham Weintraub
atualizado
Compartilhar notícia
Em audiência pública nesta terça-feira (07/05/2019), no Senado Federal, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que a educação tem de ser prioridade dos pais na formação de seus filhos. Ele defendeu a opção de escolha dos pais em ensinar crianças e adolescentes em casa – o chamado ensino domiciliar ou homescholling.
“Quem coloca os filhos no mundo tem que ter a primazia na educação. […] Se o pai e a mãe estão educando bem os seus filhos, quem somos nós para interferir? Não é o que eu faria para os meus filhos, não foi o que eu fiz. Acho importante a interação [com outras crianças na escola], mas eu tenho que respeitar o direito do próximo para ter o meu respeitado”, disse Weintraub, na Comissão de Educação do Senado.
O tema entrou na pauta do governo brasileiro, provocado pela Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned), que pediu a regulamentação dessa modalidade de ensino. De acordo com levantamento da associação, realizado em 2018, 7,5 mil famílias educam os filhos em casa – número que representa mais que o dobro das 3,2 mil de famílias identificadas em 2016.
Com isso, o governo preparou um projeto de lei (PL) para o Congresso Nacional com os requisitos mínimos que pais ou responsáveis legais devem cumprir para adotarem o ensino domiciliar, tais como o cadastro em uma plataforma a ser desenvolvida pelo Ministério da Educação e a possibilidade de avaliação.
No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu não reconhecer o ensino domiciliar, por não haver no país previsão constitucional sobre o tema. Durante a discussão no STF, manifestaram-se contrárias ao homeschooling a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República.