No Roda Viva, Boulos diz que Temer aumentou o déficit do Brasil. Será?
Confira a checagem da Lupa das declarações dadas pelo presidenciável no programa na TV Cultura, na segunda-feira (7/5)
atualizado
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“Temer entrou dizendo que ia resolver o déficit [econômico] e, a cada ano, temos um déficit maior.”
Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, em entrevista ao Roda Viva, na TV Cultura, dia 7 de maio de 2018
O déficit primário continua alto, mas caiu desde que Michel Temer assumiu a Presidência da República. Em 2016, o resultado primário fechou em R$ 161,3 bilhões negativos, o pior desempenho anual da série histórica, iniciada em 1997. Em 2017, o déficit ficou em R$ 124,4 bilhões. Os dados são do Tesouro Nacional.
Em nota, a assessoria de Boulos declarou que o déficit, em 2016, foi “o maior já registrado no Brasil”, mas reconheceu que houve uma redução em 2017 “após cortes brutais”. A assessoria do candidato disse ainda que, como 2018 não acabou, “não é possível cravar que a informação esteja equivocada”.
“O Brasil tem o maior spread bancário do mundo, mais de 30%.”
Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, em entrevista ao Roda Viva, na TV Cultura, dia 7 de maio de 2018
A informação está quase certa. O spread bancário é a diferença entre quanto os bancos cobram, em juros, por seus empréstimos e quanto eles pagam a quem aplica neles. No Brasil, essa diferença é de 38,7%, de acordo com o Banco Mundial. É o segundo maior spread bancário do mundo, atrás somente de Madagascar, onde a diferença é de 45%.
Nos 128 países com informações disponíveis e recentes na base de dados do banco, a média é de 6,7%. Quanto maior o spread bancário, mais os bancos ganham.
Em nota, a assessoria de Boulos criticou a metodologia da checagem e a comparação feita pela Lupa.
“A média salarial dos negros e das negras do Brasil ainda é praticamente metade da [média salarial] dos brancos.”
Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, em entrevista ao Roda Viva, na TV Cultura, dia 7 de maio de 2018
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnadc/T), do IBGE, o rendimento médio dos negros (R$ 1.566) equivale a 56% do rendimento médio dos brancos (R$ 2.798). Os pardos ganham, em média, R$ 1.587 (56,7%). Os dados são do quarto trimestre de 2017.
“Mais de 30% da população carcerária [do Brasil] é de presos provisórios.”
Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, em entrevista ao Roda Viva, na TV Cultura, dia 7 de maio de 2018
Segundo o sistema Geopresídios, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Brasil tem 679,7 mil presos. Sendo 249,8 mil (ou 36,7%) provisórios. Em seis estados (Alagoas, Amazonas, Ceará, Piauí, Bahia e Sergipe), o número de provisórios supera o de condenados.