No Congresso, Moro diz que não pediu, mas quer Coaf sob sua gestão
Segundo o ministro, há uma avaliação no governo de que o órgão tem que ficar no Ministério da Justiça
atualizado
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Ao participar de uma audiência pública na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse que sabe que sua função como ministro não é ser uma espécie de super policial, mas sim fazer um trabalho estruturante para que as instituições possam funcionar. Dessa forma, ele defendeu, as investigações podem ocorrer da melhor maneira possível.
“O ministro da Justiça não é o super-tira. Tenho bem presente que minha função é estrutural”.
Moro também falou sobre a articulação para tirar o Coaf de sua pasta, ideia defendida pela oposição e por alguns partidos do Centrão como PP e PR. Segundo Moro, há uma avaliação no governo de que o órgão tem que ficar no Ministério da Justiça.
“Eu não pedi que ele viesse, mas nós fizemos um diagnóstico e entendemos que ele é estratégico não só para a questão da corrupção, mas também para o combate a organizações criminosas”, disse Moro.
O ministro garantiu que não houve vazamentos no âmbito do Ministério da Justiça e que não há interesse do ministro da economia, Paulo Guedes, em retornar com o Coaf para sua pasta.
“Não ocorreram e não devem ocorrer vazamentos no âmbito do Ministério da Justiça”, enfatizou.
Moro falou do concurso da Polícia Federal previsto para até o final do ano e do foco da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de não só combater crimes de trânsito, mas também procurar combater o tráfico de drogas, no modelo de operações, semelhante ao da Lava Jato.
Apoio parlamentar
Mais cedo, a Frente Parlamentar Mista da Segurança, que congrega 307 parlamentares, declarou apoio à manutenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) na alçada do ministro Sergio Moro.
O documento, assinado pelo presidente do grupo, deputado federal Capitão Augusto (PR-SP), avalia que a Justiça tem estrutura mais sofisticada para lidar com crimes financeiros que a Economia.
“COAF, na formatação conferida no Ministério da Justiça e Segurança Pública terá mais condição atuação para o combate ao financiamento de organizações criminosas”, destaca trecho do texto.