“Não uso redes sociais para atacar ninguém”, responde Maia a Bolsonaro
Após almoço com João Doria (PSDB), Maia disse ainda que ministro da Economia quer intervir na escolha do relator da reforma da Previdência
atualizado
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), respondeu na tarde deste sábado (23/3) à reclamação do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), sobre que classificou como “tom agressivo” do presidente da Casa. Após se reunir em São Paulo com o governador João Doria (PSDB), Maia afirmou não usa suas contas nas redes sociais para agredir ninguém: “Uso para informar os eleitores”, completou.
Maia também não poupou o ministro da Economia, Paulo Guedes, a quem ele havia chamado, em entrevista publicada neste sábado pelo Estadão, de “uma ilha entre seus pares”. Após almoço com Doria, na residência do tucano, Maia disse em coletiva de imprensa que Guedes tenta intervir na escolha do relator da reforma da Previdência. “A atuação de Guedes mostra que a reforma não é tão independente (do Planalto).”
O ataque a Guedes tinha como principal alvo Bolsonaro. Ao mesmo tempo em que Maia dava a coletiva na capital paulistana, o capitão da reserva falava com a imprensa no Chile, antes de embarcar para o Brasil, depois de sua viagem oficial àquele país. E os ataques foram mútuos. No Chile, Bolsonaro disse não entender porque o presidente da Câmara estava tão agressivo com ele.
Rodrigo Maia não quis comentar as críticas que Bolsonaro fez, na coletiva de imprensa que concedeu no Chile. Contudo, disse crer em “uma distorção na fala do presidente”, quando ele se referiu ao seu suposto “tom agressivo”.
“Não uso redes sociais para agredir ninguém, uso para informar os eleitores. Farei sempre a defesa do respeito institucional, como líder da Câmara dos Deputados”, ressaltou.
Também neste sábado, Bolsonaro havia declarado que há atritos na Câmara porque alguns deputados ainda estão apegados ao que chama de velha política. Parlamentar veterano, Maia afirmou, por sua vez, que quer construir a “nova política”, pois foi reeleito e tem mais um mandato na Casa.
Questionado quanto a quem pertence a responsabilidade de articulação pela reforma da Previdência, Maia afirmou que o parlamento vai permanecer como um ponto de diálogo e a reforma será debatida democraticamente. “É assim que a democracia funciona”, acrescentou.
Após a agenda da Previdência, Maia diz que seu foco será a reforma tributária.
Com informações da Agência Estado