Na ONU, Bolsonaro quer desfazer ideia de “Brasil versus meio ambiente”
Segundo porta-voz, viagem do presidente a Nova York é “100% confirmada”. Discurso ocorre na segunda (24/09/2019)
atualizado
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Após rumores sobre o cancelamento da viagem do presidente Jair Bolsonaro (PSL) a Nova York, o porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, informou que a ida aos Estados Unidos para discursar na abertura da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) está confirmada. O presidente, no entanto, cancelou a ida ao Texas, onde estavam agendados encontros com empresários da indústria armamentista norte-americana que ocorreriam na sequência.
“Eu afirmo 100% que ele vai a Nova York”, disse o porta-voz. Segundo Rêgo Barros, Bolsonaro teve um dia sem complicações em decorrência da cirurgia para a correção de uma hérnia à qual foi submetido há mais de uma semana. “Hoje ele teve um ótimo dia em termos clínicos”, disse. “Temos convicção e eu afirmo que o presidente irá a Nova York”, frisou.
Segundo o porta-voz, o discurso que Bolsonaro fará na ONU vai enfatizar políticas ambientais desenvolvidas pelo governo. O objetivo é “desconstuir” a narrativa predominante na esfera internacional “de que o Brasil não cuida da Amazônia e não cuida do meio ambiente”.
“Ele vai colocar o coração, apresentar o nosso país e suas potencialidades e desfazer essa ideia de Brasil versus meio ambiente”, disse. “Ele está construindo o discurso dessa reunião na parte da manhã, tinha o intuito de fechá-lo”, prosseguiu o porta-voz.
Na manhã desta quarta-feira (18/09/2019), o presidente se reuniu com o Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, e com seu filho Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), indicado para ser o próximo embaixador brasileiro nos EUA. A viagem aos EUA foi uma das pautas.
Sobre a ausência de discurso do Brasil na Cúpula do Clima da ONU que acontece na próxima semana, o porta-voz informou que não houve veto ao país. “A ONU não veta países. Nessa reunião, na qual participam chefes de Estado, especialmente nesta reunião o Brasil não está participando”, informou o porta-voz. Essa informação [de que o Brasil foi vetado] não condiz com a realidade dos fatos”, explicou.
Bolsonaro também quer se manter distante do presidente francês, Emmanuel Macron, que pretende anunciar, com a participação da Guiana Francesa, território ultramarino da França, um plano para a Amazônia. “O presidente Bolsonaro reitera que quem deve discutir as soluções da Amazônia são os países que possuem populações que vivenciam os desafios da região anecúmena [região não habitada pelo homem]”, disse o porta-voz, lembrando a reunião ocorrida na cidade de Letícia, na Colômbia.