metropoles.com

MP antifraudes no INSS: saiba o que senadores votarão na segunda

Medida Provisória 871/2018, que busca combater fraudes, terá que ser votada na segunda-feira (03/06/2019) no Senado ou perderá a validade

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Câmara-INSS
1 de 1 Câmara-INSS - Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

A Medida Provisória 871/2018, que determina um pente-fino nos benefícios do INSS, a MP antifraudes, está agora nas mãos dos senadores. A matéria foi aprovada na Câmara dos Deputados no início da madrugada desta quinta-feira (30/05/2019) e seguiu para o Senado. O texto, que também modifica regras para a concessão de aposentadoria rural, acabando com o papel de sindicatos no cadastro do trabalhador do campo, com o objetivo de coibir fraudes, terá que ser aprovado em plenário na segunda-feira (03/06/2019). Caso contrário, caducará e ameaçará uma economia de R$ 9,8 bilhões em um ano com o combate a fraudes nos pagamentos de benefícios como pensão por morte e auxílio-doença.

Com isso, o governo terá que mobilizar senadores para estarem em Brasília em uma segunda-feira, dia em que vários parlamentares ainda não chegaram à capital federal. A sessão foi anunciada para as 16h. No mesmo dia, o Senado deverá votar a MP que ampliou o prazo para o pagamento de gratificações a servidores e empregados cedidos à Advocacia-Geral da União (AGU).

O secretário especial da Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, e outros membros do governo estiveram no plenário da Câmara negociando diretamente com os deputados para assegurar a votação da MP. Marinho comemorou a aprovação, apesar das modificações em parte do texto.

“A aprovação é o primeiro passo na reestruturação do sistema previdenciário aqui na Câmara. A MP é importante, porque combate fraudes no sistema. A estimativa é que a economia anual chegue a R$ 10 bilhões. O problema (da Previdência) começa a ser enfrentado com votação da MP. Esperamos que logo mais tenhamos possibilidade de complementar processo no Senado”, afirmou Marinho, após a votação.

O secretário da Previdência disse ainda esperar que nos próximos 15 dias ocorra a aprovação de dois projetos necessários para destinar recursos do Orçamento para o pagamento do bônus aos peritos que farão o pente-fino.

Oposição tenta inviabilizar
No Senado, o adiamento da votação da MP 871/2018 ocorreu após uma tentativa da oposição de derrubar a sessão desta quinta e inviabilizar a votação das medidas. O PT anunciou que pediria a verificação do quórum da sessão. Na prática, se não houvesse a presença física de uma quantidade suficiente de parlamentares em plenário, a sessão seria derrubada.

O pedido de verificação foi anunciado pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE). Diante disso, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), tentou pedir a correção do prazo de validade das duas medidas provisórias para 4 de junho, argumentando que os textos foram assinados pelo Executivo durante o recesso parlamentar, o que daria ao Senado um dia a mais para votar. A tentativa foi rechaçada por outros senadores.

Os senadores fecharam um acordo para marcar uma sessão na segunda-feira (03/06/2019) no prazo limite para a medida perder os efeitos se não for aprovada. Para ser transformado em lei, o o texto não pode sofrer nenhuma modificação no Senado, senão teria que voltar para a Câmara.

“Claro que vai haver quórum, o governo tem sua bancada de sustentação, de apoio aqui no Senado, e vamos mobilizar os senadores”, afirmou o líder do governo no Senado. “Vamos votar o texto da Câmara, não vai ter alteração, não vai ter emenda”, assegurou. Bezerra Coelho atribuiu o adiamento à não votação, na Câmara, de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que muda os prazos para tramitação de medidas provisórias.

Ideologia de gênero no INSS
A discussão da MP 871/2018 quase foi derrubada na Câmara por uma reação em cadeia de deputados da bancada bolsonarista e de evangélicos que exigiam a retirada do termo “gênero” da lista de informações que deveriam ser repassadas ao INSS.

Os parlamentares alegavam que o termo se tratava de uma discussão de “ideologia de gênero”. O texto determinava que os cartórios remetessem os dados de registros de nascimento e de natimorto com as informações do número do “CPF, a data e o local de nascimento do registrado, bem como o nome completo, data e local de nascimento, CPF da filiação e gênero”.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou a ameaçar derrubar a sessão e, consequentemente, inviabilizar a MP. Vendo que havia o risco de não aprovar a proposta, o líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO), tentou convencer seus correligionários de que a medida era necessária e foi cercado por parlamentares do PSL aos gritos. Entre os mais nervosos estava Hélio Bolsonaro (PSL-RJ), um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Após uma série de discussões, o grupo recuou e manteve o termo.

Os deputados aprovaram ainda a retirada dos incisos VII e VIII do artigo 22, que permitia ao governo sequestrar bens inalienáveis oriundos de fraudes, e rejeitaram o destaque do PSB que pedia aprovação de emenda dos deputados Heitor Schuch (PSB-RS) e Vilson da Fetaemg (PSB-MG), propondo a manutenção do papel dos sindicatos na comprovação do tempo de serviço do trabalhador rural. Agora, a MP transfere essa responsabilidade a órgãos subordinados ao Ministério da Economia.

Resistências à MP
O governo costurou um acordo com a oposição no plenário da Câmara dos Deputados para viabilizar a votação da medida provisória. A principal resistência dos deputados era ao dispositivo que prevê a concessão de aposentadoria especial rural apenas por meio do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) a partir de 1º de janeiro de 2020.

Após o acordo, o governo aceitou um período de transição para a exigência do cadastro, que duraria três anos. Assim, a concessão por meio do CNIS passou a valer a partir de 1º de janeiro de 2023. Até lá, vale a autodeclaração dos segurados especiais, ratificada por órgãos públicos, como o próprio INSS ou prefeituras, Ematers etc.

Outro aceno que o governo fez à oposição para garantir a aprovação da MP foi estender o prazo para a apresentação de recurso em caso de suspensão do benefício no pente-fino. A MP fixou um prazo de 30 dias, que deve ser ampliado para 60 dias.

Deputados incluíram no texto a vedação do compartilhamento de dados do cadastro dos trabalhadores rurais a entidades de direito privadas. A vedação do compartilhamento de dados traz um problema ao governo, que pode ficar impedido de repassar dados a alguns órgãos como Dataprev e Funpresp.

Previdência dos militares
Maia anunciou ainda a criação da Comissão Especial para analisar a reforma da Previdência dos militares. O Projeto de Lei 1645/19 estabelece reestruturação salarial da categoria.

Os textos foram encaminhados em março pelo governo e preveem um impacto fiscal líquido de pelo menos R$ 10,45 bilhões em dez anos. Até 2022, a exposição de motivos assegura que serão R$ 2,29 bilhões.

A Comissão Especial será composta de 34 membros titulares e de igual número de suplentes designados. (Com Agência Estado)

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?