Moro sobre Democracia em Vertigem: “um desserviço aos fatos”
Ministro da Justiça e Segurança Pública falou sobre o filme em entrevista ao canal de YouTube do deputado federal Eduardo Bolsonaro
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse que o documentário Democracia em Vertigem, dirigido por Petra Costa, é “um desserviço aos fatos porque é uma visão muito deturpada dos acontecimentos”. O filme, indicado ao Oscar, narra uma visão de Petra sobre o contexto político que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), classificado pela cineasta como um golpe.
Moro é o primeiro entrevistado de um programa lançado no YouTube pelo deputado estadual Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e deu a declaração em vídeo publicado no início da noite deste sábado (15/02/2020).
Na mesma entrevista, Moro se mostrou favorável a reduzir a maioridade penal para 16 anos em casos específicos. “Existe uma proposta no Senado, que está parada. Eu, a princípio, sou simpático à redução da maioridade para 16 [anos] para crimes gravíssimos”, disse o ministro da Justiça na conversa.
Instigado pelo Oscar
Sobre Democracia em Vertigem, Moro afirmou que não havia visto o filme de Petra Costa até a produção ser indicada a Melhor Documentário na premiação norte-americana do Oscar. “Não mata ninguém”, disse, rindo.
Ao fazer a pergunta sobre a produção, Eduardo Bolsonaro disse que a história contada pela cineasta “beira a ficção”.
Para o ministro, Petra foi “honesta” ao dizer, no início do filme, que se tratava da visão de alguém simpática ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Moro se incomodou pelo que considerou a omissão de Petra do grande movimento popular de apoio ao impeachment de Dilma. “O impeachment e a própria operação Lava Jato tiveram um maciço apoio da população brasileira. As maiores demonstrações de massa, de rua, desde as Diretas já. Isso fica muito escondido no filme e passa, ao meu ver, para as pessoas de fora uma visão errada sobre o Brasil. Mas pelo menos tem aquele começo que deixa claro onde a cineasta se posiciona”, afirmou Moro.