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Moro rebate Ibaneis sobre Marcola no DF: “Questões políticas”

Para o ministro, o governador não tinha motivos concretos ao acionar a Suprema Corte contra a permanência de Marcola no Distrito Federal

atualizado

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Renato Alves/Agência Brasília
ibaneis e sergio moro
1 de 1 ibaneis e sergio moro - Foto: Renato Alves/Agência Brasília

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse nesta sexta-feira (14/02/2020) que a iniciativa do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), de acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a permanência do criminoso Marcola na capital foi por “questão política”. Para o ex-juiz, as facções criminosas não são sinônimo de perigo para o estado.

“Nós já nos manifestamos. No fundo, bandidos nos presídios federais ficam dentro da carceragem em regime de absoluto rigor. Então, eles não oferecem nenhum risco para as pessoas”, destacou Moro.

O titular da pasta da Justiça criticou a medida tomada por Ibaneis: “Até se lamenta que esse tema tenha sido trazido várias vezes pelo governador. Isso gera insegurança. Não me parece adequado”.

Para o ministro, o governador Ibaneis não tinha motivos concretos ao acionar a Suprema Corte e é o único preocupado com a permanência do crime organizado no presídio do DF.

“A avaliação feita pelo Depen foi manter esses presos aqui por questões muito específicas. A única pessoa que tem questionado essa medida é o governador do DF. Ao meu ver, por questões políticas, e não concretas”, declarou Moro.

O ex-juiz federal pontuou que é necessário um esforço da população para combater o crime organizado e ainda disse que “os brasilienses tem a compressão de que precisam contribuir nessa questão”. “Então, ninguém tem medo do crime organizado. O crime organizado que tem que ter medo dos cidadãos”, enfatizou.

Entenda
O governador Ibaneis Rocha (MDB) ingressou na Justiça contra o decreto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que autoriza o uso das Forças Armadas na Penitenciária Federal de Brasília e a permanência das principais lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC), como Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, na unidade.

O chefe do Executivo local havia anunciado a iniciativa em 7 de fevereiro, conforme o Metrópoles antecipou, e o documento foi protocolado nesta quarta-feira (12/02/2020). Fux, na sequência, deu 72 horas para que o governo federal explique a permanência de líderes de facções criminosas, como Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, na Penitenciária Federal de Brasília.

“Como sempre venho dizendo, Brasília não é local para abrigar presos ligados ao crime organizado. Como não consegui reverter a situação com minhas manifestações e não consegui convencê-los com ofícios, fiz aquilo que minha formação impõe: que é entrar na Justiça, aguardar a decisão judicial e respeitar o que for decidido”, afirmou o governador à reportagem.

Michael Melo/Metrópoles
O governador Ibaneis entrou com ação no STF contra a permanência de lideranças do PCC em presídios na capital 

Ibaneis não é o único insatisfeito com o decreto. No início de fevereiro, a coluna Grande Angular revelou que a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF) disse ter visto com preocupação a decisão de Bolsonaro de mandar reforçar a segurança no entorno do presídio federal.

A entidade prometeu tomar medidas administrativas e, eventualmente, judiciais, para que a penitenciária seja transferida para outra unidade da Federação.

“A justificativa do governo para manter o local em Brasília sempre foi que o mesmo não prejudicaria a segurança pública externa ao estabelecimento. Porém, os recentes episódios ocorridos em relação ao PCC demonstram que a preocupação da Ordem é procedente: o crime organizado se transferiu para a capital, e a segurança pública da nossa cidade está sendo afetada”, afirmou a OAB-DF.

A Ordem, na ocasião, referia-se a uma possível fuga de criminosos perigosos da penitenciária de responsabilidade da União instalada no DF.

Reação
Marcola, que é um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC), foi trazido para o DF em março de 2019. A medida provocou reação do governo local, especialmente após a revelação, feita pelo Metrópoles, de um plano de fuga de Marcola que custaria R$ 200 milhões.

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