Moro: isolamento de líderes de facções criminosas subiu 90%
Após Bolsonaro cogitar recriação da pasta da Segurança Pública, ministro afirma que intensificou o combate ao crime organizado nos presídios
atualizado
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O número de bandidos de alta periculosidade e membros de facções criminosas presos em presídios federais teve aumento de 90%, na comparação entre 2018 e 2019. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, postou a informação pelo Twitter na tarde deste sábado (25/01/2020).
“Seguindo a orientação do PR@jairbolsonaro, estamos sendo firmes com o crime organizado, isolando as lideranças em presídios federais. Em 2019, ingressaram mais criminosos nos presídios do que saíram. Em 2018, havia sido o oposto…”, assinalou Moro.
Citando dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Moro destacou que, em 2018, os presídios federais receberam 180 criminosos, enquanto 206 foram liberados. Em 2019, a situação virou. A Justiça transferiu 342 bandidos perigoso para as unidades de detenção. E apenas 175 saíram.
Pelas contas de Moro, ao fim de 2019, os presídios federais isolavam 624 membros do crime organizado e criminosos de alto calibre. “Recorde histórico”, pontuou. Segundo o ministro, nos presídios, as conversas com visitantes são gravadas, justamente para reduzir a chance de envio de ordens para a prática de crimes. A medida segue a determinação da Lei Anticrime.
A postagem de Moro acontece logo depois da crise sobre a possível divisão do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ponderou a possibilidade de divisão da pasta para ressuscitar a pasta da Segurança Pública, criada na gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB).
Gestos
O Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública apresentou para Bolsonaro o pedido de recriação do ministério. A ideia teve apoio de parte da bancada da bala no Congresso Nacional, inclusive do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) chegou a ser cotado para a vaga.
Os defensores da recriação da pasta da Segurança Pública defenderam a necessidade de mais atenção do governo para o sistema penitenciário, especialmente no combate ao crime organizado.
O movimento desagradou aliados de Moro. Nos bastidores, corria o comentário de que o ministro poderia desembarcar do governo federal, caso a pasta fosse fatiada. Após pressão de políticos e de eleitores nas redes sociais, Bolsonaro, a princípio, desistiu da cisão.
Confira as postagens de Moro na íntegra:
342 criminosos perigosos foram transferidos aos presídios federais em 2019. Ao final do ano, eram 624, recorde histórico. Pela lei anticrime, todas as conversas com visitantes são gravadas, o que reduz a possibilidade do envio de ordens para a prática de crimes lá fora.
— Sergio Moro (@SF_Moro) January 25, 2020