Ministro do STF determina instauração de inquérito contra Edison Lobão
Há indícios da participação do peemedebista em crimes contra o sistema financeiro, de lavagem dinheiro e tráfico de influência
atualizado
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O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de um novo inquérito contra o senador Edison Lobão (PMDB-MA) e a quebra do sigilo bancário do parlamentar. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou indícios da participação do peemedebista em crimes contra o sistema financeiro, de lavagem dinheiro e tráfico de influência.
Barroso também autorizou o cumprimento de diligências solicitadas pela Procuradoria-Geral da República, como o afastamento do sigilo bancário do senador no período de 1º de janeiro de 2011 a 31 de dezembro de 2012.
“Para a instauração do inquérito não é necessário que a verificação de indícios de materialidade e de autoria se dê com o mesmo rigor com que se examina a existência de justa causa para dar início a uma ação penal. Nesta medida, basta à instauração do inquérito que a notícia-crime tenha probabilidade de efetivamente se referir a um fato criminoso”, escreveu Barroso em sua decisão da última sexta-feira (23).
“Assim, se de um lado é inconteste que a mera instauração do inquérito pode trazer algum tipo de constrangimento e que, nas investigações que correm perante o Supremo Tribunal Federal, as pessoas com foro por prerrogativa de função são obrigatoriamente autuadas como investigados; de outro, os órgãos de persecução criminal devem ter a possibilidade de realizar as investigações havendo um mínimo de elementos indiciários, de modo que somente se deve afastar de antemão uma notícia-crime quando completamente desprovida de plausibilidade”, concluiu o ministro
Sistema financeiro
A investigação havia iniciado como um desmembramento de um outro inquérito autorizado por Barroso que apurava suposta prática de crime contra o Sistema Financeiro Nacional por Luiz Alberto Maktas Meiches e Marcos Henrique Marques da Costa, representantes legais da empresa Diamond Capital Group no Brasil, com a menção de suposta participação de Edison Lobão nos fatos relatados. A holding Diamond Mountain Group está registrada nas Ilhas Cayman.
A PGR acredita que Lobão era representado junto ao grupo pelo seu advogado e amigo pessoal Márcio Coutinho. E suspeita que, “a partir da entrada do congressista na sociedade, em razão de sua atuação e influência política, a Diamond Mountain Capital Group teria sido beneficiada ilicitamente com o aporte de capital de diversos fundos de investimentos controlados pelo Governo Federal, dentre eles, o da Petros (Petrobras)”.
Até a publicação deste texto, a reportagem não obteve retorno do gabinete de Lobão.