Michelle evita holofotes e está firme junto a Bolsonaro no hospital
Presidente segue internado em São Paulo, para se recuperar de cirurgia no intestino, e recebe apoio da família
atualizado
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Enviada especial a São Paulo (SP) – Diariamente, Michelle Bolsonaro chega cedo, no início da manhã. Usa uma entrada reservada para ver o marido, Jair Bolsonaro (PSL), no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Logo depois de passar por uma cirurgia no intestino, no dia 28 de janeiro, o presidente da República acordou de uma sedação de nove horas e fez para a esposa um símbolo oposto do que se popularizou entre seus eleitores: em vez de simular armas com as mãos, moldou um coração.
Michelle tem vivido a rotina no hospital desde a internação do marido, que nessa quinta-feira (7/2) foi diagnosticado com pneumonia. Faz refeições no próprio Albert Einstein e, segundo relatos de pessoas próximas ao casal, só volta à noite para o hotel no qual está hospedada na capital paulista.
Ao contrário dos filhos de Bolsonaro, a primeira-dama não faz publicações em redes sociais sobre a internação do companheiro e tem evitado chamar a atenção durante a recuperação do presidente. O comportamento discreto é um costume de Michelle, terceira esposa de Bolsonaro. Casados no civil desde 2007, eles tiveram juntos a menina Laura, de oito anos.
Uma parte do hospital foi fechada para acomodar o chefe do Executivo e está sob monitoramento de policiais federais. Nessa área, ficam o corredor por onde o presidente caminha durante as sessões de fisioterapia, o quarto de internação, espaço para acomodação de visitantes e um escritório adaptado para as funções presidenciais. Como as visitas estão restritas por determinação médica, é permitida apenas a presença de familiares e assessores próximos no ambiente.
Bolsonaro está em tratamento depois de ter sido submetido a uma cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia usada desde o atentado à faca sofrido na campanha eleitoral, em 6 de setembro de 2018. Durante a hospitalização, ele continua conduzindo o governo do país. Nos últimos dias, tem falado com ministros apenas por celular e costuma se manifestar pelo Twitter. Nessa quinta (7), começou a receber medicamentos para combater a pneumonia – detectada após o presidente registrar febre de 38ºC e ser submetido a uma tomografia.
Família unida
Quem tem ficado com o pai durante a madrugada é o vereador pelo PSC do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro. Os irmãos Flávio (senador pelo PSL-RJ) e Eduardo (deputado federal pelo PSL-SP) também estiveram fazendo visitas. “A família está unida em torno do presidente. Todos nós estamos unidos em torno dele”, contou o porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros.
A equipe do governo informa que o presidente manteve seu peso, de 96 kg, mesmo recebendo apenas alimentação pela veia. As únicas ingestões orais feitas até o momento foram de pequenas quantidades de água. Nos próximos dias, a expectativa é de que ele possa tomar outros tipos de líquido. O desejo do presidente, assim que possível, é comer bife e batata frita.
Apesar de ter sido diagnosticado com pneumonia, Bolsonaro está confiante no tratamento. “Imediatamente ele ficou triste, mas depois reverteu. Se manteve firme e feliz”, disse o porta-voz, que costuma descrevê-lo repetidas vezes como um homem forte.
Alguns presentes estão sendo levados pela população até o hospital. Um deles foi o “kit” de panos ungidos na igreja fundada pelo pastor Valdemiro Santiago, entregue por duas irmãs evangélicas. De acordo com Rêgo Barros, as lembranças vão passar por uma inspeção e as que forem aprovadas devem ser recebidas pelo presidente apenas em Brasília, depois da alta médica.
Do lado de fora, uma equipe da Polícia Militar faz a segurança de quem se aglomera em busca de notícias sobre o presidente, geralmente apenas jornalistas que estão de plantão no comitê montado ao lado da entrada principal do hospital. O número de pessoas no espaço e os equipamentos audiovisuais são o que mais chamam atenção de quem passa. Os menos informados comentam que ali deve estar hospitalizado alguém importante ou famoso.
Procedimento cirúrgico
O procedimento realizado no dia 28 de janeiro foi comandado pelo médico gastroenterologista Antonio Luiz Macedo. O presidente da República está internado desde o dia 27 e deve permanecer no hospital até a completa recuperação. Até o dia 29 de janeiro, o general Hamilton Mourão dirigiu o Palácio do Planalto como presidente em exercício.
Essa foi a terceira vez que Jair Bolsonaro passou por uma cirurgia desde que levou uma facada na barriga, no dia 6 de setembro de 2018. O atentado aconteceu durante agenda da campanha presidencial em Juiz de Fora (MG). Adélio Bispo, responsável pelo crime, foi preso minutos depois e está detido no presídio federal de segurança máxima de Campo Grande (MS).