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Marina Silva justifica queda nas pesquisas: “Meu eleitor é livre”

Última entrevistada pelo Jornal da Globo, presidenciável minimizou o efeito das pesquisas: ela agora está em 5º na corrida ao Planalto

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Marina Silva
1 de 1 Marina Silva - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A candidata da Rede à Presidência da República, Marina Silva, foi a convidada do Jornal da Globo na madrugada deste sábado (22/9), finalizando a série de entrevistas com os presidenciáveis realizadas durante esta semana. Em entrevista à jornalista Renata Lo Prete, Marina preferiu, mais uma vez, minimizar o efeito das últimas pesquisas, as quais indicam que ela perdeu bastante terreno na disputa por vaga no segundo turno.

Para Marina, o fato de estar mal nas pesquisas – a última do Datafolha a apontou em quinto lugar nas intenções de voto para presidente, com 7% – é porque o seu eleitor é o mais livre. “Ele não tem, a priori, uma aderência a essa ou aquela candidatura”, justificou. “Não é como em outros partidos, que é quase como uma religião”, completou a presidenciável.

No entanto, a candidata evitou fazer qualquer tipo de mea culpa e garantiu estar no caminho certo. “Não faço um discurso fácil, não prometo qualquer coisa”, disse. “Quero ganhar com propostas. Eu sei que dá para gerar 2 milhões de empregos com energia renovável. Sei que dá para combater corrupção, ter transparência. Sei que podemos ser um governo que não favorece os amigos e não prejudica os inimigos. Não vou desconstruir meus adversários. Vou fazer o debate com base em princípios e não vou desistir de falar a verdade”, garantiu.

A entrevista começou pelo tema Previdência. Marina foi questionada pelo fato de seu programa de governo não trazer pontos claros: não define, por exemplo, a idade mínima para se aposentar. A candidata não se arriscou a apontar sua opinião. “A idade mínima é uma necessidade. Mas os especialistas estão discutindo ainda. Quando estabelecermos, vamos manter a diferença entre homens e mulheres, que vão se aposentar primeiro”, resumiu.

Ela criticou o presidente Michel Temer, que, a seu ver, se furtou ao debate e quis impor uma reforma, e por isso não conseguiu fazê-la. “Estamos abertos ao debate. É a única forma de realizar as reformas”, ensinou. Quanto à reforma tributária, Marina prometeu fazer a taxação progressiva de dividendos. “Não podemos generalizar”, disse, ressaltando que aqueles mais pobres não podem arcar com impostos à maneira dos mais ricos. “Trabalhamos com o princípio da justiça tributária”, observou.

Imposto sindical
Sobre reforma trabalhista, a presidenciável foi perguntada sobre o extinto imposto sindical que cada empresa era obrigada a pagar. Para ela, é preciso encontrar uma forma de as bases viabilizarem seus sindicatos.

“Tiraram o importo sindical das empresas, mas elas continuam com o sistema S, que é muito dinheiro. Não podemos deixar os trabalhadores completamente à deriva. Não podemos acabar com os sindicatos, mas os sindicatos precisam dar retorno para a categoria”, sustentou.

No tocante à reforma política, Marina disse que, se eleita, enviará ao Congresso uma proposta de presidencialismo de proposição, “como acontece no mundo inteiro”. De acordo com ela, “nos países desenvolvidos, compõem-se o governo e a maioria do Congresso em cima de propostas, e não do toma-lá-dá-cá”, encerrou.

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