Manuela D’Ávila diz que não tem motivos para retirar candidatura
Na Bahia, pré-candidata do PCdoB afirmou que segue na disputa pela Presidência e defendeu o papel do estado para o desenvolvimento nacional
atualizado
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A pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela D’Ávila, afirmou nesta segunda-feira (11/6), em visita à Bahia, que não tem motivos para retirar sua candidatura depois do fracasso da tentativa de unir os postulantes da centro-esquerda ao Palácio do Planalto.
“Nós fizemos o gesto. Mas, se não surtiu efeito, não tem porque retirar a candidatura mais jovem da história, da única mulher pré-candidata dos partidos que denunciam o golpe. Nós não disputamos eleição para crescer o partido”, disse a deputada estadual gaúcha, em palestra na Faculdade de Direito da Universidade Federal do da Bahia (UFBA).
Na declaração, referiu-se ao aceno que fez, na última semana, aos pré-candidatos de centro esquerda. Na ocasião, a deputada admitiu a possibilidade de retirar sua pré-candidatura no primeiro turno caso os outros presidenciáveis do campo sinalizassem unidade.Na viagem pelo estado, a comunista passou por Juazeiro, a 502km da capital baiana, e visitou fábricas em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. Manuela D’Ávila também afirmou que “a direita brasileira é burra e mentirosa”. No discurso, ela defendeu o papel do Estado para o desenvolvimento nacional e citou os EUA e a Coreia do Sul como exemplos.
“O Brasil precisa discutir o papel do estado para o desenvolvimento do país. Não conheço nenhum país desenvolvido que tenha chegado aonde chegou sem um Estado forte. A direita brasileira é burra, ela mente nesse debate. Uma parte é limitada e a outra é mentirosa”, disse a pré-candidata. Ela voltou ainda a defender a taxação dos ricos e a redução de impostos sobre o botijão de gás.
A pré-candidata também ironizou o presidente Michel Temer e as pré-candidaturas ligadas ao Palácio do Planalto ao dizer: “o governo Temer procura corpos para reencarnar”. “Não basta tirar o Temer, tem que tirar o projeto”, discursou Manuela, para uma plateia de militantes da União da Juventude Socialista (UJS), ligada ao seu partido, e de quadros políticos da legenda na Bahia. Ela foi recebida no auditório com gritos de “Brasil pra frente, Manu presidente”.
Estavam presentes os deputados federais Daniel Almeida e Alice Portugal, pré-candidatos do PCdoB a deputado estadual, vereadores da sigla e secretários de estado indicados pelo partido no governo do petista Rui Costa. No discurso, a presidenciável criticou o modelo de segurança pública do país, “defendido pela elite”, e citou os altos índices de morte de jovens negros – ranking liderado pela Bahia, estado governado pelo PT há 12 anos, em estudos e pesquisas.
Vestida com uma blusa pintada com a frase “Lute com uma garota” e na companhia da filha Laura, de 3 anos, a presidenciável fez um discurso voltado para o público jovem e fez questão de lembrar que militou na UJS na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Manuela D’Ávila repetiu diversas vezes que defende “um projeto nacional de desenvolvimento” para o país e entoou o mantra do “golpe”, referindo-se ao impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff (PT). Também falou contra a agenda de arrocho fiscal e reformas do Palácio do Planalto no governo Michel Temer.