Mais rodados: veja quanto gastaram senadores para circular em Brasília
Foram R$ 606 mil em combustível para 84 carros percorrerem mais de 1.100.000 quilômetros durante o ano de 2018
atualizado
Compartilhar notícia
A distância percorrida por 84 carros oficiais do Senado Federal em 2018 foi exatamente de 1.197.666 quilômetros, de acordo com dados obtidos pelo Metrópoles por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Entre os senadores da legislatura passada, quem rodou mais em Brasília foi Vicentinho Alves (PR-TO). Também estão no topo da lista Kátia Abreu (PDT-TO), Elmano Férrer (PTB-PI), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), respectivamente.
Para o abastecimento, foram desembolsados mais de R$ 606 mil no ano passado. O gasto já está incluso no contrato de locação com a empresa Quality Frotas, no valor de R$ 8,6 milhões. A vigência é de 2017 a 2020.
O carro destinado ao gabinete de Vicentinho Alves percorreu 38.033 quilômetros. Para manter o tanque cheio, foram necessários 104 abastecimentos, ao custo total de R$ 14.474,18. O gasto seria suficiente para pelo menos 22 viagens de ida e volta ao Tocantins, seu estado de origem.
Em média, o combustível para os veículos oficiais dos senadores custou, individualmente, R$ 7.265,20 ao longo de 2018. No total, foram realizados 4.334 abastecimentos durante o ano.
Veja os dados do levantamento:
Conforme as regras internas da Casa, quem faz uso do veículo oficial tem direito a uma cota mensal de 300 litros de gasolina. Os motoristas também precisam ficar num perímetro de 100 quilômetros, tendo como referência o Congresso Nacional. Nos finais de semana, feriados e na ausência dos parlamentares, os carros não devem ficar em circulação, a não ser que haja autorização expressa para isso.
Flagrantes na cidade
O Metrópoles mostrou, neste ano, veículos oficiais em situações que nada têm a ver com a atividade parlamentar. Em março, uma mulher foi vista pegando carona no carro sob responsabilidade do senador Irajá Abreu (PSD-TO), na saída de uma academia de luxo em Brasília. O parlamentar não explicou a situação.
No mês anterior, o veículo destinado ao senador Romário (Pode-RJ) foi fotografado à noite, em frente a um bar na Asa Sul. Na ocasião, a justificativa foi que o parlamentar usou o automóvel para se deslocar até um restaurante onde fez uma refeição.
O uso de carros oficiais é regulamentado pela Lei nº 1.081, de 13 de abril de 1950. No artigo 4º, ela determina que é “rigorosamente proibido” que o veículo seja usado pelo “chefe de serviço, ou servidor, cuja funções sejam meramente burocráticas e que não exijam transporte rápido”, “no transporte de família do servidor do Estado, ou pessoa estranha ao serviço público” ou “em passeio, excursão ou trabalho estranho ao serviço público”.