Lula gravou primeiro programa eleitoral antes de ser preso

O ex-presidente aparece na pesquisa eleitoral mais recente em primeiro lugar, com 37% das intenções de voto

21/08/2018 20:56, atualizado 21/08/2018 23:27

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Rafaela Felicciano/Metrópoles

1 de 1 julgamento de Lula no TRE4 – reunião PT - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Antes de ser preso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou o primeiro programa para o horário eleitoral destas eleições, que irá ao ar no próximo dia 31. Como, até lá, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não terá julgado a legalidade da candidatura de Lula, o vídeo traz o petista como cabeça da chapa do Partido dos Trabalhadores (PT), com Fernando Haddad como vice. A informação é do blog de Lauro Jardim, do jornal O Globo.

Na mais recente pesquisa eleitoral, divulgada nesta terça-feira (21/8), Lula aparece em primeiro lugar, com 37% das intenções de voto. Mas, quando o nome dele não está na lista dos candidatos, quem assume a liderança é o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), que obtém 20%.

Se Fernando Haddad assumir a cabeça da chapa petista, as intenções são de 4%, ficando atrás de Geraldo Alckmin (PSDB), que somou 7%.

O ex-presidente foi condenado no caso do triplex do Guarujá, em São Paulo, a 12 anos e 1 mês de detenção. Ele está preso desde abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR).

Tribunal já intimou Lula

Também nesta terça (21), informa a Agência Estado, o TSE intimou a defesa do ex-presidente Lula a apresentar, dentro de três dias, uma certidão criminal da Justiça Estadual de 1ª instância de São Paulo. O documento é expedido pelo Tribunal de Justiça do estado (TJSP).

Como Lula tem domicílio eleitoral em São Paulo, as certidões criminais apresentadas ao TSE não incluem a condenação do juiz federal Sérgio Moro em Curitiba, depois confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) em Porto Alegre, no caso do triplex.

Conforme a resolução 23.548 do TSE, ao registrar as suas candidaturas na Justiça Eleitoral, os candidatos deverão entregar certidões criminais fornecidas pelas Justiça Federal e Estadual, tanto de primeiro quanto de segundo grau, correspondentes à região na qual o político tenha o seu domicílio eleitoral. Ou seja, os postulantes devem apresentar quatro atestados desse tipo, ao todo.

Pressa em resolver
Segundo a defesa de Lula, foram entregues três certidões criminais quando o pedido de registro foi protocolado, último dia 15. No caso do documento da Justiça Estadual de São Paulo de 1ª instância, os defensores enviaram ao TSE uma cópia da requisição da certidão, que não estava pronta. Os advogados decidiram apresentar o documento imediatamente, para não dar margem a interpretações de que o PT trabalha para atrasar o processo.

A defesa do ex-presidente também entregou nesta noite aos ministros Rosa Weber (presidente do TSE) e Jorge Mussi (corregedor-geral da Justiça Eleitoral) um parecer elaborado pelos ex-ministros e irmãos Fernando e Henrique Neves sobre o processo de tramitação dos pedidos de registro. Segundo a agência estado, o documento detalha etapa por etapa o pedido de registro de candidatura, explicando minuciosamente como funciona o processo.

Ao contestar na última quarta-feira (15) a candidatura do petista, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, encaminhou ao TSE uma certidão expedida pelo TRF-4, que em janeiro deste ano aumentou a pena de Lula para 12 anos e 1 mês de reclusão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do imóvel no litoral paulista. Por essa condenação, o ex-presidente está enquadrado na Lei da Ficha Limpa e, portanto, inelegível, destacou Raquel Dodge.

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