Lideranças de caminhoneiros negam paralisação no próximo dia 16
Em parceria com a CUT, líder dos autônomos anunciou movimento contra alta nos combustíveis; outros representantes, porém, descartam protesto
atualizado
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Embora um grupo de caminhoneiros tenha anunciado paralisação nacional a partir da madrugada da próxima segunda-feira (16/12/2019), não há unanimidade entre lideranças da categoria. Ouvidas pelo Metrópoles, entidades condenam o movimento e defendem negociação com o governo federal.
A manifestação foi anunciada na última sexta-feira (06/12/2019) por Marconi França, um dos representantes dos caminhoneiros autônomos, que prometeu, em vídeo, que “o Brasil vai parar”. A principal pauta é o aumento do preço de combustíveis.
Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, do Paraná, um dos líderes da greve de maior de 2018, questionou a legitimidade de França para convocar a paralisação e disse não ver motivos para algo do tipo. “Temos um canal aberto com o governo, então não tem porque fazer paralisação. Estamos aos poucos conquistando melhorias para a categoria”, declarou.
Entre as melhorias, Dedeco cita reajustes da tabela de frete conforme aumento do diesel, a pavimentação da BR-163, o estabelecimento de locais de paradas, o fim dos adesivos de identificação para veículos cadastrados no Registro Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas, a diminuição do valor da multa por evasão de balança de R$ 5 mil para R$ 500.
Ele também criticou o fato de o aviso de paralisação ter sido dado após reunião com a Central Única dos Trabalhadores (CUT). “Acho uma insanidade se aliar com a CUT e chamar uma paralisação nesse momento, por isso garanto que não vai ocorrer.”
Outro nome forte na categoria, Wallace Landim, o Chorão, do Paraná, nega categoricamente que haverá paralisação – e culpa a “esquerda” pelo anúncio. “Existe um movimento político por trás disso. Eu não compactuo, luto pela categoria”, diz Chorão. “Vamos tomar muito cuidado para não ser usado como massa de manobra, taí a prova [de] que tem muita gente no nosso meio envolvida com política, envolvido com a esquerda.”
A reportagem também procurou a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que informou apenas que não apoia, que não participará da paralisação e que vem pautando sua atuação em apresentar “saídas técnicas” para a categoria, em detrimento de questões políticas.