Líder da Câmara admite que não há maioria para aprovar reforma
Deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES) revelou que a estratégia é detectar pontos de convergência no texto do governo
atualizado
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Novo líder da maioria na Câmara, o deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES) admitiu que não há maioria para aprovar a reforma da Previdência, mas que o esforço é para construir o caminho que leve aos 308 votos necessários para chancelar, em dois turnos, a proposta de emenda à Constituição (PEC). “Ela (maioria) está sendo construída”, declarou.
O deputado revelou que a estratégia é detectar pontos de convergência no texto do governo, itens que geram conflito mas que podem ter acordo e pontos onde as bancadas não estão dispostas a ceder. O foco, destacou Coimbra, é trabalhar opiniões em comum e negociar o que pode ser flexibilizado. “Isso (pontos sem acordo) só vai ser resolvido na disputa de voto.”
Ele disse que a semana pós-carnaval serviu para que o governo “sentisse o pulso” dos deputados e ouvisse as ponderações em relação à PEC. Os aliados do governo, no entanto, ainda não estão contando voto por voto. “Não há adensamento, ainda que tenha possibilitado um pensamento médio claro que nos possibilite fazer mensurações.”O peemedebista minimizou manifestações de partidos da base, como o PSB, contra a reforma e lembrou que o partido tem o Ministério de Minas e Energia. “Temos a consciência de que as pessoas que estão na base do governo estão compartilhando o governo. Então elas tem responsabilidades junto com o governo”, observou.
O líder reconheceu que a tarefa de atingir os 308 votos é complexa e disse que não há reforma sem “perdas e ganhos”. Ele contou que o esforço de agora é levar a mensagem do governo aos deputados, seja com as duas aulas semanais oferecidas ou com o corpo a corpo do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, nas bancadas.
Coimbra deve ser formalizado como líder da maioria na próxima semana, quando será votado um projeto de resolução criando o cargo.
Entenda a reforma
A reforma da Previdência tem sido uma das grandes bandeiras do governo Temer. Por isso, o presidente da República enviou à Câmara, no fim do ano passado, a PEC 287. A proposta prevê idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem.
O tempo mínimo de contribuição deve subir de 15 anos para 25 anos. Pelo novo modelo, para se aposentar com acesso ao benefício integral, será necessário contribuir ao longo de 49 anos.
Mas essas não são as únicas mudanças que estão em análise pela Comissão Especial da reforma da Previdência da Câmara dos Deputados. O Metrópoles explica no vídeo abaixo tudo o que você precisa saber para não ser pego de surpresa. E até desenhamos, para ficar mais fácil.