Joice Hasselmann: nem base, nem oposição. PSL será “independente”
Nova líder do partido na Câmara dá a entender que PSL poderá se opor a pautas que considerar reacionárias
atualizado
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Na primeira entrevista como nova líder do PSL na Câmara, a deputada federal Joice Hasselmann (SP) deu a entender que o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL e hoje sem partido) representa uma direita radical, em oposição à porção “raiz” do PSL, que seria a “direita racional”.
Assim como o presidente da sigla e padrinho na condução à liderança, Luciano Bivar, a nova líder negou que o PSL vá dificultar a vida do governo no Congresso, mas não garantiu adesão automática às pautas, o que ocorria até agora.
“Alguns deputados nossos sofreram desgastes votando pautas do governo que não foram bem vistas pela população. Então, agora nós temos independência em relação às pautas”, resumiu ela.
“O PSL continua votando com o governo as pautas que são boas para o Brasil. Porém, se mantém independente naquelas que podem prejudicar o país”, explicou, sem dar exemplos, apenas dicas: “O PSL é liberal, não nacionalista. É conservador nos costumes, não reacionário. Esse é o recado”, disse ela na porta do novo gabinete, o da liderança.
Apesar de não ter convidado integrantes da ala rival para o almoço que marcou o início da gestão, Joice garantiu que “as portas estão abertas e não haverá movimento de retaliação”.
Segundo ela, o regimento do partido será cumprido e vagas em comissões não serão vetadas a deputados da ala rival. “O PSL não perde a força política, porque essas punições que ocorreram foram internas. Seguimos tendo 53 deputados”, discursou.
Mais cedo, porém, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), da ala antibivarista, disse que não pretende mais seguir a orientação do PSL nas votações, e sim a do governo, “e denunciar quando eles orientarem contra o governo”.
Questionada sobre uma crítica do presidente Jair Bolsonaro a parlamentares da sigla, que chamou de “traíras”, Joice pediu a ele que apontasse nomes e disse ser “no mínimo injusto” criticar “parlamentares que deram a vida e lutaram quando ninguém acreditava”.