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Joice: 4 ministros pediram que eu não fosse à CPMI das Fake News

Ex-líder do governo no Congresso disse à comissão que há esquema liderado pelo filho do presidente Bolsonaro para atacar pessoas nas redes

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Joice Hasselmann com o cabelo preso
1 de 1 Joice Hasselmann com o cabelo preso - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), que na tarde desta quarta-feira (04/12/2019) denunciou a existência de um esquema coordenado de divulgação de boatos e ataques nas redes em depoimento na CPMI das Fake News, revelou que foi pressionada por membros primeiro escalão do governo a não falar ao colegiado.

“Me procuraram alguns ministros, quatro ministros. Cada um deles com argumentos diferentes: que não seria bom, que não levaria [a nada]. Também um vice-líder [de partido] e um líder [de partido] que procurou um amigo em comum, também tentando me convencer a não vir”, relatou a ex-líder do governo no Congresso, hoje rompida com o presidente Jair Bolsonaro.

Joice, que chegou à sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito cerca de 20 minutos atrasada, disse que seu telefone não parava de tocar, mas que preferia não dizer o nome dos ministros que tentaram convencê-la a não contar o que sabe sobre a chamada “milícia digital”. “Colocaria alguns ministros em situação complicada”, afirmou.

Com a apresentação de um arquivo de PowerPoint contendo prints de grupos em aplicativos de mensagens e postagens nas redes sociais com ataques a ela, Joice afirmou que um time de assessores de parlamentares e do próprio governo federal forma uma milícia digital que mira inimigos para destruí-los. Ela acusou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de coordenar o que ela também chamou de “gabinete do ódio”.

Bolsonaro poupado
A parlamentar também fez acusações a outro filho do presidente Jair Bolsonaro, o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC). O presidente foi poupado pela ex-aliada. “Quero crer que o presidente não sabe, mas pelo que vocês vão ver nas mensagens do gabinete do ódio, o deputado Eduardo Bolsonaro está envolvido e é uma das lideranças”, disse ela, no início da sessão.

Apesar de não estar tendo o mesmo tratamento por parte de Bolsonaro, Joice disse que não perdeu a fé nele ou no governo que ajudou a eleger. “Espero que o presidente corrija essa rota, que cuide do país como nós prometemos cuidar. Espero que o governo seja tocado pelo presidente e não pelos filhos do presidente”, disse. “E o flerte [de Bolsonaro] com o autoritarismo preocupa não só a mim. Reservadamente, até ministros comentam, reclamam”, completou.

É possível ver a íntegra da sessão desta quarta da CPMI das Fake News. Siga:

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