Haddad: Lula candidato “não é capricho”, mas “posicionamento político”
PT prepara mobilização em Brasília para “registro coletivo” da chapa com o ex-presidente
atualizado
Compartilhar notícia
O ex-prefeito de São Paulo, atual candidato a vice na chapa petista, Fernando Haddad, em entrevista ao jornal O Globo, apontou os motivos pelos quais o PT adotou a estratégia de levar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva até as últimas consequências.
O partido não fará o movimento de “abrir mão” da candidatura de Lula, preso há mais de quatro meses após ser condenado, em 2ª instância, no processo envolvendo um apartamento no Guarujá, litoral paulista.
“Se ele [Lula] tivesse sido condenado com provas, estaríamos discutindo em outras circunstâncias. Nossa posição é que não abriríamos mão de nenhum recurso para levar a candidatura de Lula até as últimas consequências, denunciando o casuísmo. Isso gera essa situação (confusa), dentro e fora do PT, dado a um ineditismo que exige soluções também novas.”
Para Haddad, dizer que Lula não será candidato não pode ser papel do PT. “Temos um compromisso moral com o Lula. Segundo, todas as pesquisas revelam o sinal claro de que o eleitor não quer abrir mão do Lula. Se a Justiça vai tomar uma decisão casuística, a decisão é dela, não pode ser nossa. Manter a candidatura dele não é um capricho, é um posicionamento político”, disse Haddad.
Para a próxima quarta-feira (15/8), o PT prepara uma grande mobilização em Brasília pelo registro da chapa, que ocorrerá no prazo limite determinado pela Justiça Eleitoral.
A partir daí, a legenda vai esperar a decisão da Justiça. Caso a candidatura de Lula não se concretize, cenário provável, considerando a Lei da Ficha Lima, o candidato petista será Haddad, tendo como vice a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB), que assumiu o compromisso de ser vice nos dois cenários.
“Estamos vivendo uma situação incomum. Temos um candidato que lidera as pesquisas, mas está preso sem provas”, acrescentou Haddad.