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Guedes é “injusto” e governo é “usina de crises”, diz Maia em SP

Presidente da Câmara rebateu críticas do ministro da Economia ao parecer do relator da reforma da Previdência

atualizado

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Marcos Corrêa/PR
28/05/2019 Café da manhã no Palácio da Alvorada
1 de 1 28/05/2019 Café da manhã no Palácio da Alvorada - Foto: Marcos Corrêa/PR

Após o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmar que o Congresso “cedeu ao lobby de servidores” e que as modificações feitas no projeto da reforma podem “abortar a nova Previdência”, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a Casa tem blindado o Congresso das “crises diárias” provocadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL).

“Desta vez, infelizmente foi meu amigo Guedes”, afirmou Maia, em coletiva de imprensa em São Paulo. “Eu quero saber por que o ministro Guedes assinou uma regra de transição mais flexível no projeto de reforma para os militares”, rebateu.

No parecer, o relator da proposta, Samuel Moreira (PSDB-SP), deu uma colher de chá a servidores que ingressaram no serviço público antes de 2003. Se aprovado o texto, o grupo poderá se aposentar com integralidade e paridade a partir dos 57 anos (mulher) e 60 anos (homem).

Incomodado pelas declarações do titular da Economia, Maia voltou a destacar o protagonismo do Parlamento na construção da reforma da Previdência. “Essa não é a reforma de Bolsonaro, é a reforma do Brasil”, ressaltou.

Assim como disse na quarta-feira (12/06/2019), na apresentação da conclusão do parecer da reforma, o deputado fluminense voltou a exaltar o trabalho do Congresso. Ele garantiu ainda a aprovação da proposta “apesar das confusões do governo”.

Mudanças no projeto original

Além das mudanças na aposentadoria da mulher, das professoras, na pensão por morte, na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada (BPC), o deputado Samuel Moreira retirou do relatório os dois principais pontos defendidos pelo governo: a capitalização e a inclusão de estados e municípios.

Antes das críticas de Guedes, Maia, inclusive, chegou a dizer que as alterações não simbolizavam uma derrota do ministro. O presidente da Câmara, ao lado de Moreira, afirmou também que ia lutar para voltar com o novo regime previdenciário para a pauta do Congresso, além de construir um acordo entre governadores e deputados até a votação da proposta em plenário.

Segundo o relatório, o tempo de contribuição da mulher foi reduzido de 20 anos para 15 anos; a idade mínima de professoras passou de 60 anos (mulheres e homens) para 57 anos (mulheres); o BPC voltou a ter as regras atuais, de um salário mínimo para idosos e pessoas com deficiência; e a aposentadoria rural mantém 55 anos de idade mínima para as mulheres e 60 anos para homens.

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