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Governo confirma saída de Alex Carreiro do comando da Apex

Conforme anunciado na quarta (9/1) pelo ministro Ernesto Araújo, publicitário será substituído pelo embaixador Mario Vivalva

atualizado

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Apex/Divulgação
alex presidente da apex
1 de 1 alex presidente da apex - Foto: Apex/Divulgação

O Palácio do Planalto confirmou, nesta quinta-feira (10/1), que o atual presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Atração de Investimentos (Apex-Brasil), Alex Carreiro, não permanecerá no comando da empresa. Ele será substituído pelo embaixador Mario Vilalva.

A mudança no posto foi anunciada, via Twitter, pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, nessa quarta-feira (9). Porém, Carreiro – que afirmou estar sendo pressionado para deixar o posto – não aceitou sua deposição e, com a intenção de permanecer no comando da Apex, recorreu ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), a quem teria mostrado prints de conversas com o ministro Araújo e que comprovariam a suposta pressão.

Para bater o martelo sobre a situação, Bolsonaro teria se reunido à tarde com o chanceler brasileiro. Após a confirmação da saída de Carreiro pelo Planalto, o presidente divulgou, em seu Twitter, ter recebido nesta quinta tanto Ernesto Araújo quanto o embaixador indicado pelo ministro para assumir a Apex.

 

Nesta quinta-feira, Carreiro chegou a despachar normalmente e receber autoridades estaduais na agência. Com o anúncio, o Planalto põe fim à crise aberta com o caso na gestão Bolsonaro, que completa 10 dias. Esta foi a primeira baixa da nova administração pública federal.

Queda de braço
Segundo funcionários da Apex, Carreiro bateu de frente com Letícia Catelani, que assumiu a Diretoria de Negócios da agência. Ela foi indicada pelo ministro Araújo e é dos quadros do PSL, partido do presidente Bolsonaro. Para Carreiro, a indicação de diretores era dele e não do chanceler, em cujo guarda-chuva fica a Apex.

O pivô do entrevero com Letícia teria sido o fato de Carreiro demitir várias pessoas sem consultar a nova diretora: foram pelo menos 17 comissionados que estavam na Apex desde as gestões petistas e que serão substituídos por concursados. Tal prerrogativa, no entanto, sempre foi do próprio comandante da agência.

Também teriam pesado contra o agora ex-presidente da entidade o fato de Carreiro não ser fluente em inglês e nem ter experiência anterior em comércio exterior: sem esses pré-requisitos, só poderia ficar caso o estatuto da Apex fosse modificado. Apesar de avalizado por Araújo, ele seria indicação de Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do presidente da República, de quem é amigo pessoal.

O ministro Ernesto Araújo publicou em sua conta no Twitter o pedido de exoneração do subordinado e notícias sobre possível substituto (veja abaixo).

Perfis do ex e do novo presidente
Formado em comunicação social e pós-graduado em gestão pública, Alex Carreiro disse em sua posse pretender fortalecer e ampliar o trabalho da Apex-Brasil. Isso seria feito, afirmou, investindo nos funcionários da agência e no diálogo com os agentes que atuam no ciclo da exportação no Brasil, incluindo o setor produtivo, ministérios e o Congresso Nacional.

“Quando assumi o desafio de presidir a Apex-Brasil, já sabia que teria à disposição um corpo técnico de altíssima qualidade. Mas fiquei muito impressionado, não só com a competência técnica dessas pessoas mas sobretudo com o comprometimento de cada uma delas para garantir que a Apex-Brasil continue a ser a principal parceira das nossas empresas, promovendo a internacionalização dos negócios e atraindo investimentos para o país”, elogiou, conforme publicado no site da agência. “Quero deixar claro que o nosso plano é valorizar e incentivar o trabalho sério de cada um que esteja comprometido com o sucesso do Brasil”, disse, dias antes de promover a “despetização” do órgão, conforme orientado pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

O nome escolhido pelo chanceler Ernesto Araújo e já aceito por Bolsonaro para substituir Carreiro no comando da Apex é o do embaixador carioca Mario Vilalva, que se formou em direito pela Universidade de Brasília em 1976. No mesmo ano, ele ingressou no Itamaraty, após graduar-se no Instituto Rio Branco. Diplomata de carreira, serviu como cônsul-geral nas embaixadas brasileiras em Washington e Boston (EUA), Pretória (África do Sul), Roma (Itália) e Lisboa (Portugal). Também foi o embaixador do Brasil em Santiago (Chile), Lisboa (Portugal) e Berlim (Alemanha).

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o novo titular da Apex é especializado na chamada “diplomacia econômica”. No Brasil, de 1993 a 1996, integrou a assessoria direta de dois ministros das Relações Exteriores: Celso Amorim e Luiz Felipe Lampreia. Também no país, atuou como secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento e secretário-executivo da Comissão de Financiamento Externo do Brasil (Cofiex), entre 1999 e 2000. De 2000 a 2006, respondeu como diretor-geral do Departamento de Promoção Comercial do Ministério da Relações Exteriores, encarregado da promoção das exportações brasileiras e dos investimentos estrangeiros no Brasil.

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