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Governadores do PSDB fazem campanha para Bolsonaro e Alckmin

Em busca da reeleição no MT e MS, candidatos vão dar palanque ao presidenciável do PSL. Centrão da BA e PE dividirão espaço com ex-capitão

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Geraldo Alckmin. Foto: Michael Melo/Metrópoles
1 de 1 Geraldo Alckmin. Foto: Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Ainda engatinhando nas intenções de votos, o candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin (PSDB) prepara uma ofensiva para tirar eleitores de seu adversário, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL). A coordenação de campanha do ex-governador de São Paulo acredita que ele só irá deslanchar se trouxer de volta os militantes da centro-direita, hoje, simpatizantes do discurso de um dos seus adversários na corrida pelo Planalto. No entanto, além de lutar contra o ex-capitão do Exército e seus eleitores, o tucano precisa enfrentar resistência dos que deveriam apoiá-lo.

Em dois estados, governadores do PSDB que buscam a reeleição se coligaram com o PSL e declararam apoio ao deputado. Em Mato Grosso, por exemplo, Pedro Taques comemorou a aliança e disse estar honrado com tal proximidade. Inclusive, a chapa do governador de MT é composta ainda pela  juíza Selma Arruda, filiada à legenda de Bolsonaro.

“É interessante observar que o contexto estadual é um pouco diferente do nacional. É comum que candidatos ao governo recebam apoio de vários partidos no projeto”, explicou o governador. Ainda segundo Taques, nas ruas de Mato Grosso fará campanha para Geraldo Alckmin, mas também dará palanque para o candidato do PSL.

Situação parecida acontece no Mato Grosso do Sul. O governador Reinaldo Azambuja fechou uma aliança com diversos partidos, entre eles, o partido do ex-militar. “O PSDB está coligado com outros 13 partidos, a maioria deles com o seu candidato à presidente da República. Democraticamente, vamos respeitar a opção de cada um dos partidos que estão conosco com relação à eleição presidencial e conviver de forma harmônica com todos”, justificou o governador à reportagem do Metrópoles.

Além destas duas adesões no Centro-Oeste, em outros estados, partidos do Centrão – bloco formado por DEM, PP, PR, Solidariedade e PRB – e  outras legendas que se coligaram a Alckmin nacionalmente fizeram alianças locais com o PSL, a fim de garantir o presidenciável Jair Bolsonaro em seus palanques. É o caso do candidato ao governo da Bahia, José Ronaldo (DEM).

Em Pernambuco, o senador e ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Armando Monteiro (PTB), também recebeu apoio do PSL de Bolsonaro. No entanto, o candidato ao governo do estado nordestino declarou apoio a Geraldo Alckmin e ainda estuda se irá ou não aceitar o ex-capitão do Exército em seus palanques. Voto para o deputado do PSL, Monteiro garante que não irá pedir. Até porque o senador é muito próximo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e visitou o petista na prisão recentemente.

Procurada, a assessoria de imprensa do PSDB não comentou as alianças estaduais que estão desobedecendo a recomendação do diretório nacional. A campanha de Alckmin também não quis falar sobre o assunto.

Luta para minar o poder do PSL
Para garantir mais espaço nos palanques espalhados pelo Brasil e reforçar a campanha presidencial de Bolsonaro, o PSL registrou 13 candidatos a governador nos estados brasileiros. Além de várias alianças fechadas pelo partido em vários locais. Para tentar minar esse crescimento, o PSDB mirou em regiões determinantes e desmontou possíveis coligações que poderiam ajudar o adversário.

É o caso do Rio Grande do Sul, de onde vem a vice de Alckmin, Ana Amélia (PP). Com a aliança entre o partido da senadora e o PSDB, o PP deixou de lançar o deputado Luis Carlos Heinze ao governo do estado. Duranta a convenção, Heinze, que agora sairá como candidato ao Senado, lamentou o fato de não poder mais apoiar Bolsonaro.

[ É meu amigo particular. Estou há cinco mandatos com ele no Congresso Nacional. Tivemos de desfazer essa proposta de aliança e abandonar a candidatura ao governo do Rio Grande do Sul, o que me dói e muito 

deputado Luis Carlos Heinze (PP/RS)

Em São Paulo, o PSDB colocou Rodrigo Garcia (DEM) como vice na chapa de João Doria ao governo estadual. Com isso, o PSL optou por não apoiar ninguém por lá. Em Minas Gerais, o senador Antonio Anastasia é o nome dos tucanos para o Executivo. Suplente de Anastasia no Senado, Alexandre Silveira (PSD) é próximo de Bolsonaro e tentou fazer uma aliança entre o presidenciável e o PSDB mineiro. No entanto, nesta semana, a campanha de Alckmin também conseguiu barrar essa aproximação.

Nem mesmo no Rio de Janeiro, seu estado de origem, Jair Bolsonaro terá um palaque de um candidato ao governo do estado para subir. Alckmin apoiará Eduardo Paes (DEM), e o deputado federal contará com o apoio apenas do filho Flávio Bolsonaro (PSL), candidato ao Senado. Mesmo assim, o ex-capitão do Exército acha que votos não faltarão, pois todo o RJ o conhece.

 

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