General Mourão vai consultar TSE para representar Bolsonaro em debates
Plano de governo e rejeição ao candidato são alguns dos temas que serão conversados nesta terça-feira (11) com apoiadores
atualizado
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Vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República, o general da reserva Antônio Hamilton Martins Mourão (PRTB) desembarcou em Brasília nesta terça-feira (11/9) para reunião com grupo de apoiadores da candidatura de Bolsonaro. Ao deixar o aeroporto da capital federal, Mourão disse que o grupo vai discutir ideias para reduzir a rejeição do presidenciável entre as mulheres e, principalmente, acompanhar o trabalho que vem sendo feito pela equipe de campanha em Brasília.
Mourão assegurou manter a sua agenda sem intensificar os eventos de rua. Disse também que pretende discutir a substituição de Bolsonaro nos debates, desde que seja autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), emissoras e partidos. “Vai depender de autorização, né? Vamos lembrar que [houve] a situação do Lula (PT) e do Haddad não foi permitido, apesar de serem situações distintas. Vamos solicitar que o Tribunal [Superior Eleitoral] autorize”, explicou.
Quanto aos eventos de rua, o general manterá os programados, mas sem intensificar o corpo a corpo. “[Farei] alguns, sim, porque não sou o cara da rua. Ele que é o mito, o líder de massa. Essa coisa de [ir para] rua, e ser carregado pelos ombros pertence a ele e não a mim”, despistou. Mesmo indo a eventos abertos, Mourão assegura, por enquanto, não solicitar reforço na segurança apesar do ataque a Bolsonaro.
Além do vice na chapa de Bolsonaro, participam da reunião o presidente do PRTB, Levy Fidélix, os generais da reserva Heleno e Ferreira – membros ativos do programa de governo de Bolsonaro – entre outros apoiadores. Representantes do PSL como os filhos de Bolsonaro e o presidente em exercício do partido, Gustavo Bebianno, não estarão presentes segundo Mourão.
Em entrevista, Levy Fidélix afirmou que o protagonismo de Mourão na campanha será definitivo. “É pessoa preparada, não é vice à toa, foi escolhido a dedo após muita discussão e avaliação. As prioridades são demonstrar que essa dupla tem condições de governar o país, proporcionar discurso que gere estabilidade e confiança no povo, no investidor. E o Mourão é um homem centrado”, disse. Levy Fidélix também admitiu a necessidade de alinhar discursos entre PRTB e PSL, e espera ter um encontro com Gustavo Bebianno, presidente em exercício do partido de Bolsonaro. “Para não ir para um lado pensando A, pensando B. Inclusive, o Paulo Guedes quer conversar comigo”, acrescentou, em referência ao mentor econômico de Bolsonaro.
Após o encontro em Brasília, Mourão viajará para Cascavel (PR) em avião, segundo ele, fretado por Paulinho Vilela (PSL), candidato a deputado federal pelo Paraná.
Rejeição e pesquisa
O vice na chapa de Bolsonaro também comentou como a campanha pretende trabalhar na redução da rejeição do presidenciável, principalmente entre as mulheres. “[A rejeição] ficou estacionada nos 40 e poucos porcento [saltou de 39% para 43%]. Tenho desconfiança. Em todos os lugares que vou, converso com pessoas dos mais diferentes níveis sociais e não vejo essa rejeição tão grande assim. Prefiro esperar mais um pouco para confirmar”, afirmou Mourão.
Questionado sobre como reduzir esse percentual, o candidato reforçou o trabalho para desconstrução de “coisas que foram colocadas”. Segundo ele, a questão envolvendo o tratamento dado pelo candidato às mulheres e a imagem de incitador da violência são dois pontos a serem analisados. “Temos que desmistificar esse discurso que está sendo colocado. Tenho que conversar [com apoiadores] para ver as ideias, a força que a gente tem que passar”, acrescentou.
Sobre a pesquisa Datafolha divulgada na segunda-feira (10/9) em que Bolsonaro ampliou a liderança na corrida presidencial de 22 para 24%, o vice na chapa de Bolsonaro evitou comentar o resultado e disse preferir esperar sair outras, como a do Ibope, prevista para essa terça (11).