Fundão de R$ 2 bi: Bolsonaro critica ataques da “falsa direita”
Presidente participou de evento partidário e disse que, às vezes, sanciona e veta coisas contra a sua vontade
atualizado
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Alvo de críticas nas redes sociais por ter sancionado o Orçamento de 2020 sem vetos, com “fundão eleitoral” que prevê R$ 2 bilhões para financiar as campanhas municipais de outubro, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reclamou do tratamento que está recebendo do que chamou de “falsa direita”.
“A esquerda bater até tudo bem [bater], [mas] a falsa direita e os ‘isentões’ já caem de pau. Dizem que eu deveria vetar o fundo partidário”, disse ele, em evento de coleta de assinaturas para a criação de seu novo partido, a Aliança pelo Brasil, na manhã deste sábado (18/01/2020), em Brasília (imagem em destaque). “Eu tenho de cumprir a lei. Somos escravos da lei”, afirmou ele, repetindo um discurso usado desde que a peça orçamentária foi aprovada pelo Congresso, ainda no ano passado.
Bolsonaro disse ainda que estaria “descumprindo a lei eleitoral do veto” e agindo de maneira antidemocrática caso vetasse o fundo partidário. “Se fosse R$ 3,8 bilhões ia vetar. Era de interesse público e tinha argumento para isso. Mas aprovou R$ 2 bilhões, cuja proposta veio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não foi minha. Aí vem alguns coleguinhas eleitos do PSL falar abobrinha”.
O presidente afirmou a uma plateia de militantes que tem que agir com inteligência e que, às vezes, sanciona e veta coisas contra a sua vontade.
Críticas nas redes
No Twitter, a #BolsonaroTraidor está entre os assuntos mais comentados desde a noite de sexta-feira (17/01/2020). As críticas vem sobretudo de perfis que já foram fieis a Bolsonaro, como o YuoTuber Nando Moura. Veja:
Sancionar o Fundão Eleitoral é cuspir na cara de todo eleitor.#BolsonaroTraidor pic.twitter.com/R9n0mT7fim
— Nando Moura_Oficial (@moura_101) January 18, 2020
Esses críticos são o que Bolsonaro e seu entorno chamam de “isentões“.
O vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente, usou a rede social para defender o pai.
Como o próprio Presidente já disse: não votem em quem usar o fundão. Não é à toa que existe movimentos constantes no Congresso e afins para calar as redes sociais. Entender é simples! Os fatos estão explícitos e fiquem à vontade com suas decisões, sem problema algum!
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) January 18, 2020