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Frota quer aval de Maia para pedido de impeachment de Bolsonaro

O deputado, que prepara medida contra o presidente, ainda não decidiu se vai apresentá-la ou não na Câmara dos Deputados

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Alexandre Frota
1 de 1 Alexandre Frota - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Ex-aliado e hoje forte crítico do governo federal, o deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) afirmou que pretende concluir o pedido de impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), na semana que vem. Antes de tomar a decisão sobre se vai levá-lo adiante, no entanto, quer conversar com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para “não se precipitar”.

Em entrevista ao Metrópoles, o parlamentar informou que se reunirá com a junta de advogados que prepara a peça contra o chefe do Executivo federal para “pensar e decidir os caminhos”. “Ainda assim vou conversar com Rodrigo Maia antes de tomar a decisão final”, sustentou.

De acordo com Frota, há um certo cuidado para que não haja erro por parte da Câmara dos Deputados. No entanto, reforçou que o presidente cometeu um crime. “Todo mundo sabe. [Houve crime] quando ele envia uma mensagem pedindo aos bolsonaristas para irem às ruas fechar o Congresso Nacional. É um absurdo, uma crise institucional, uma covardia.”

À reportagem, o deputado classificou o apoio à eleição de Bolsonaro ao Palácio do Planalto como um “erro” e pediu “desculpas ao Brasil”. Ao criticar frequentes posicionamentos contrários do ex-aliado ao Congresso Nacional, Frota afirmou que o presidente “quer encontrar inimigo onde não tem”. “Sou culpado também de ter colocado Bolsonaro como presidente. Eu errei, confesso. Peço desculpas ao Brasil”, lamentou.

O deputado avaliou ainda que o Parlamento foi responsável pela aprovação das principais pautas do governo, como a reforma da Previdência, e exaltou a atuação de Maia na articulação com os parlamentares: “A Câmara que tem levado o país à frente pilotada pelo Maia. Não tem outra pessoa. Ele tem feito o trabalho brilhantemente. Critiquem ou não, é o responsável pela Câmara fazer o que o governo não consegue fazer”.

“Errei, confesso”
Questionado se a relação entre Executivo e Legislativo foi enfraquecida após o presidente enviar um vídeo no WhatsApp convocando a população a ir às ruas no próximo 15 de março em defesa do governo, em manifestação embalada por ataques ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF), Frota ponderou que sempre vai haver dificuldade em manter o diálogo entre os dois Poderes.

Isso porque, explicou o deputado, a base realmente fiel ao chefe do Planalto é de apenas 30 deputados: “O resto ou é puxa-saco ou é Maria vai com as outras. E ele [Bolsonaro] sabe disso”. Para Frota, Bolsonaro não é um homem de palavra, traiu aliados, não cumpre acordos e, por isso, “tem que agradecer a Deus” por ter os ministros Paulo Guedes [Economia] e Sergio Moro [Justiça e Segurança Pública] no governo. “Bolsonaro errou muito. Tinha que dar graças a Deus de ter Paulo Guedes, que faz a economia andar estilo tartaruga, e Sergio Moro, que ainda o atura. Se não fosse isso, já teria derrapado há muito tempo”.

Mensagens no WhatsApp
Além de Bolsonaro, Frota afirmou que os atos contra o Parlamento são endossados por outros congressistas, como os deputados Filipe Barros (PSL-PR) e Carla Zambelli (PSL-SP), “com o aval” de um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). “Promovem ataques a ministros e a parlamentares. Eduardo e o irmão, Carlos, estão por trás disso”, afirma.

Frota, que saiu do PSL após pressão de Bolsonaro, diz estar “muito bem” no PSDB. Atualmente, participa da comissão de Cultura da Câmara e é coordenador da CPMI das Fake News no Congresso. “[Isso] Incomoda a família”, cutuca.

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