Flávio se defende em vídeo: “Tenho que comprar apartamento caro?”
Senador e filho do presidente da República insinua que juiz que autorizou operação contra Queiroz tem filha funcionária fantasma no governo
atualizado
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O senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) credita a “um conluio de pessoas poderosas” a investigação que apura um suposto esquema de sequestro de parte dos salários dos servidores comissionados de seu gabinete no período em que ele foi deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
Em vídeo (veja no fim da reportagem) postado com o intuito de se defender das acusações que estão sendo formuladas pelo Ministério Público Estadual, o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atacou os promotores, o juiz que autorizou mandados de busca e apreensão na quarta (18/12/2019) e o governador fluminense, Wilson Witzel (PSC).
“Em primeiro lugar, quero questionar as autoridades pelo vazamento de informações sigilosas do processo. Quem vazou? O juiz? Os promotores? Ambos?”, questiona o senador.
Flávio se refere ao juiz Flávio Itabaiana, titular da 27ª Vara Criminal do Rio. “Esse juiz, que virou motivo de chacota no Judiciário do Rio, que quebrou sigilo fiscal e bancário de 95 pessoas, incluindo jurídicas. Esse juiz que autoriza tudo que o MP pede”, atacou, antes de fazer um pedido ao magistrado: “Tenha cuidado para avaliar as coisas. O senhor está tratando com a vida de pessoas trabalhadoras, honestas”.
Em seguida, o senador insinua que o governador Wilson Witzel tem influência sobre o juiz. “Sabe onde a filha do juiz trabalha? Trabalha para o governador Wilson Witzel. E é uma boquinha que parece ser boa; ouço falar que ela não aparece muito lá não”, afirma o filho de Bolsonaro.
Após os ataques, o senador passa a se defender de pontos que aparecem no relatório do MP e que têm aparecido na imprensa. Confira:
Sobre os depósitos de comissionados na conta de Fabrício Queiroz
“Dizem que funcionários do gabinete depositaram R$ 2 milhões na conta do Queiroz, mas não explicam que é num período de 12 anos e que a maioria esmagadora é de parentes dele, que trabalhavam lá também. Ele já disse que geria os recursos da família. Eu não tenho nada a ver com isso”.
Sobre a loja de chocolates finos
“Tudo declarado no Imposto de Renda, na Junta Comercial. Falam que eu recebo mais dividendos que meu sócio, que tem 50% da loja. Mas alguém duvida que eu levo mais clientes para a loja do que ele? E, se eu quisesse lavar dinheiro, ia abrir uma franquia? Com controle externo do franquiador?”
Sobre cabo da PM que pagou boleto de R$ 16 mil da esposa do senador e parcela de apartamento do casal
“Estão fazendo uma sacanagem com o Diego, que é um policial militar amigo meu, e que, em uma única ocasião na minha vida, que se não me engano foi porque o banco já tinha fechado, e eu não tinha aplicativo na época, eu pedi pra ele pagar uma parcela pra mim, de um apartamento. E depois reembolsei. (…) E inventam que tem mais repasse dele porque ele comprava produtos na minha loja [de chocolates] no final do ano para dar a seus clientes, de sua empresa de segurança”.
Apartamentos em Copacabana
“Só porque consegui comprar um apartamento num preço bom, estou lavando dinheiro? São duas quitinetes cacarecadas lá em Copacabana. Os vendedores estavam saindo do Brasil, consegui negociar um preço bom. Eu tenho que comprar mais caro pra não ter suspeita?”
Já perto do fim do vídeo, Flávio diz que “é muito claro” que sofre uma perseguição com o objetivo de prejudicar seu pai. “Não conseguirão, porque a gente não fez nada de errado”, garante.
Veja o vídeo: