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Flávio Bolsonaro diz que depósitos são de venda de imóvel: “Estão me perseguindo”

Em entrevista à Rede TV, o filho mais velho do presidente da República acusou os promotores que investigam o caso de serem simpáticos ao PT

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1 de 1 flavio bolsonaro 3 - Foto: Reprodução

Senador eleito pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro (PSL) concedeu entrevista à Rede TV, na noite deste domingo (20/1), para dar a sua versão sobre o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que mostra movimentações financeiras atípicas em suas contas bancárias. Filho mais velho de Jair Bolsonaro (PSL), ele disse ser vítima de uma perseguição. “Não tenho dúvida de que estão me perseguindo e o alvo também é o presidente da República”, afirmou.

Durante a entrevista ao jornalista Boris Casoy, Flávio Bolsonaro comentou ainda os valores associados ao seu ex-assessor Fabrício Queiroz. “Sou empresário, recebo em um ano muito mais do que recebo enquanto deputado. A origem desse dinheiro é meu está depositado na minha conta. Estão tentando criminalizar isso”, completou.

“Não tive nem oportunidade de falar e quebraram meu sigilo de forma ilegal. Já vi fotos que deixam claras as demonstrações de simpatia ao PT pelos promotores do caso”, atacou o senador eleito. “Não fui no Supremo [STF] pedir foro privilegiado, fui lá para descobrir onde é que tenho de me defender. Não tenho nada para esconder de ninguém, mas quero que apurem esse vazamento de informações”, destacou.

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Ele ainda afirmou “que não está na política para ganhar dinheiro”. “É uma tentativa clara de destruir minha reputação”, completou.

Mais cedo, o senador do PSL já havia concedido entrevista à Record. Ao programa Domingo Espetacular, ele também afirmou que o dinheiro dos depósitos fracionados feitos em 2017 tem origem na venda de um apartamento. Flávio afirmou que o pagamento de R$ 1 milhão de um título bancário da Caixa Econômica Federal – igualmente relatado pelo Coaf, mas sem identificação da data da transação nem do beneficiário –, se refere à compra desse mesmo imóvel.

Entenda
Na sexta-feira (18), o Jornal Nacional mostrou que um novo relatório foi pedido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) ao Coaf, a partir da investigação de movimentação financeira atípica de assessores parlamentares da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O objetivo era constatar se servidores repassavam parte de seus vencimentos aos chefes.

O documento conta que foram encontrados quase 50 depósitos em dinheiro numa conta de Flávio Bolsonaro. O relatório aponta ainda que o filho do presidente da República fez um pagamento de R$ 1.016.839 de um título bancário da Caixa Econômica Federal. Contudo, o órgão não conseguiu identificar o favorecido. Também não há data e nenhum outro detalhe do pagamento.

O MPRJ pediu o novo relatório ao Coaf em 14 de dezembro e foi atendido no dia 17, um dia antes de Flávio Bolsonaro ser diplomado senador. Portanto, segundo o Ministério Público, ele não tinha foro privilegiado na ocasião. Por causa do primeiro levantamento produzido pelo Coaf, o parlamentar questionou a competência do MP.

Flávio Bolsonaro pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão temporária da investigação e a anulação das provas. Ele foi citado pela primeira vez no procedimento aberto pelo Ministério Público do Rio contra Fabrício Queiroz. O ex-assessor do filho do presidente da República é investigado por movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão durante um ano, o valor pode chegar a R$ 7 milhões em três anos.

Na última quarta-feira (16), durante o recesso da Corte, o ministro de plantão, Luiz Fux, recebeu a reclamação de Flávio Bolsonaro e decidiu suspender as investigações temporariamente até uma decisão de Marco Aurélio Mello, relator do caso. De acordo com o magistrado, provas poderiam ser anuladas se não tivesse determinado a suspensão.

Desgaste no governo
No fim da noite deste domingo (20), Bolsonaro deixou o Brasil com destino a Davos, Suíça, sede do Fórum Econômico Mundial, que começa na terça-feira (22) e vai até sexta (25). O evento será o palco da estreia internacional de Jair Bolsonaro. Temas como a abertura ao comércio internacional, o combate à corrupção e a disposição de fazer as reformas estruturantes devem estar na pauta do discurso do presidente brasileiro, que pretende deixar de lado as diligências envolvendo seu primogênito.

Os ministros Paulo Guedes (Economia), Sérgio Moro (Justiça), Augusto Heleno (GSI) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores) acompanham Bolsonaro no fórum. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), segundo filho do presidente da República, também integra a comitiva, bem como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

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