Executiva do PSL confirma suspensão de 14 deputados bolsonaristas
Deputados mais ligados ao presidente Jair Bolsonaro foram punidos com suspensões de 3 meses a um ano. Punição não tem efeito imediato
atualizado
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Reunida na manhã desta terça-feira (03/12/2019) na sede do partido em Brasília, a Executiva Nacional do PSL confirmou a suspensão de 14 deputados federais da bancada por períodos de 3 meses a 1 ano.
Um dos alvos é o atual líder da legenda na Câmara, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que recebeu a pena mais pesada e deve perder a liderança se as punições forem realmente confirmadas. Ainda cabem recursos ao partido.
A informação da confirmação das suspensões foi dada pelo deputado federal Filipe Barros (PR), embora a reunião ainda esteja em andamento em um hotel em Brasília.
Os punidos são acusados de liderar movimentos que ferem regras partidárias, segundo o grupo ligado ao presidente da legenda, Luciano Bivar (PSL-PE).
Ao Metrópoles, Alê Silva disse que o grupo não teve acesso a um “julgamento justo” e que seus advogados questionarão as punições estabelecidas, segundo ela, por um “tribunal de exceção”. “Todas as pessoas colocadas lá são ligadas ao Bivar”, criticou.
Veja a lista completa de punições:
- Bibo Nunes (PSL-RS): 12 meses
- Alê Silva (PSL-MG): 12 meses
- Bia Kicis (PSL-DF): 6 meses
- Carla Zambelli (PSL-SP): 6 meses
- Carlos Jordy (PSL-RJ): 7 meses
- Daniel Silveira (PSL-RJ): 12 meses
- Eduardo Bolsonaro (PSL-SP): 12 meses
- General Elieser Girão (PSL-RN): 3 meses
- Filipe Barros (PSL-PR): 6 meses
- Junio Amaral (PSL-MG): 3 meses
- Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP): 3 meses
- Marcio Labre (PSL-RJ): 6 meses
- Sanderson (PSL-RS): 10 meses
- Major Vitor Hugo (PSL-GO): 7 meses
- Aline Sleutjes (PSL-PR): advertência
- Chris Tonietto (PSL-SC): advertência
- Hélio Lopes (PSL-RJ): advertência
- Coronel Armando (PSL-SC): advertência
Com a punição, os deputados da ala mais ligada ao presidente Jair Bolsonaro e que pretende migrar para o novo partido que ele está formando, a Aliança pelo Brasil, devem perder cargos que são prerrogativas do partido, como os de comissões.
“Minha preocupação no momento é essa, ser tirada de comissões como a do cannabidiol e da Prisão em Segunda Instância, que sou membra”, afirma a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), punida com seis meses de suspensão.
Ela afirma que os punidos vão tentar recorrer da decisão, primeiro internamente e, se não der certo, na Justiça.
Na internet, os punidos já começam a se manifestar, como é o caso do deputado Filipe Barros (PR). Veja:
O @PSL_Nacional acaba de suspender as atividades partidárias de todos os deputados leiais ao Presidente @jairbolsonaro.
Nosso crime? Pedir transparência nas contas e nas decisões e tirar o Delegado Valdir da liderança do partido após ele dizer que nosso Presidente é VAGABUNDO.
— Filipe Barros (@filipebarrost) December 3, 2019