Ex-exilado no Chile, Serra repudia ataque de Bolsonaro a Bachelet
“O presidente deu uma declaração que agride os direitos humanos e o povo chileno, e merece todo nosso repúdio”, escreveu o tucano
atualizado
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O ex-chanceler José Serra (PSDB) – que foi para o exílio no Chile durante a ditadura militar brasileira e chegou a ser preso lá depois que Augusto Pinochet tomou o poder – repudiou nesta quarta-feira (04/09/2019) as afirmações do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em que ele ataca o pai da ex-presidente chilena Michelle Bachelet.
“O presidente deu uma declaração que agride os direitos humanos e o povo chileno, e merece todo nosso repúdio”, escreveu Serra, em nota enviada à reportagem.
“Elogiou o covarde assassinato do general Bachelet, pai da ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, na época da ditadura militar chefiada pelo abominável general Augusto Pinochet”, concluiu, Serra, cuja esposa, Sylvia Mónica Allende Serra, é uma psicóloga chilena naturalizada brasileira.
Basta à esquerda
Bolsonaro afirmou nesta quarta em suas redes sociais que o golpe de Pinochet “deu um basta à esquerda” no país. “Entre esses comunistas, o seu pai brigadeiro à época”, disse, se referindo a Alberto Bachelet, que foi torturado e morto pela ditadura chilena.
O presidente escreveu ainda que a ex-presidente chilena “investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares”.
Michelle Bachelet, que hoje é alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, havia dado uma entrevista coletiva em Genebra na qual disse que houve uma “redução do espaço democrático” no Brasil. Na ocasião ela citou a aumento da violência policial no País.