Evangélicos da Câmara articulam para derrubar decreto das armas
Os deputados não querem apoiar as iniciativas de partidos de esquerda, e sim apresentar um projeto próprio, se for o caso
atualizado
Compartilhar notícia
Deputados da bancada evangélica da Câmara articulam para tentar derrubar o decreto assinado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que flexibiliza a posse e o porte de armas. A liberação do uso de armamentos é umas das principais discordâncias dos religiosos no Legislativo em relação ao atual governo. As informações são do jornal O Globo.
Com a força de 195 deputados inscritos, o grupo foi fundamental para a eleição de Jair Bolsonaro. O Partido Socialismo e Liberdade (PSol), o Partido dos Trabalhadores (PT) e a Rede Sustentabilidade já apresentaram projetos de decretos legislativos que pedem a revogação integral do decreto assinado pelo presidente da República nesta semana.
Apesar de também não concordarem com o texto presidencial, os deputados evangélicos não querem apoiar as iniciativas contra a medida já adotadas pelos partidos de esquerda, e sim apresentar um projeto próprio, se for o caso.
“Estou conversando com vários deputados, e já temos vários que vão apoiar, sim, o decreto legislativo, desde que não seja apresentado por partidos de esquerda. Não apoiamos nada do PT. Se for do PT, não terá nosso apoio”, disse a O Globo o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ). O parlamentar (foto em destaque) é ligado à Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, liderada pelo pastor Silas Malafaia.
A bancada ainda não falou formalmente sobre o tema, mas, segundo o jornal, um vice-líder do governo avalia que, com a força dos evangélicos, a derrubada do decreto é um risco real para o Planalto.
Derrubada ou redução
Já a jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, registrou em seu blog que, diante da ameaça de derrubada do decreto, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negocia com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), uma redução do texto do decreto de armas nos trechos considerados inconstitucionais pelos técnicos da Casa. A análise ainda está sendo finalizada.
Nas palavras de um líder partidário, diz a reportagem, se o governo não aceitar reduzir o texto, será derrotado – ou com a derrubada do decreto no plenário, ou pelo Supremo Tribunal Federal (STF), onde a Rede protocolou uma ação contra o decreto.