“Estamos convidando e abrindo as portas”, diz Onyx sobre Centrão
Em busca de apoio no Congresso, presidente inicia diálogo com partidos. Conversa com líderes das legendas ficará para um segundo momento
atualizado
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Ao retornar da viagem a Israel, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), dará início a uma série de conversas com presidentes de partidos do chamado Centrão, com a intenção de conseguir formar uma base no Congresso Nacional.
O presidente resistia a esse diálogo mas, após diversas demonstrações de falhas na articulação política, principalmente na Câmara, decidiu “convidar” os representantes das legendas em busca de apoio.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta quarta-feira (3/4) que se trata de “abrir as portas” para o diálogo com os partidos políticos. “Temos que ter tempo, paciência e diálogo”, ressaltou.
“O tom será o de convidá-los, a instituição partidária, para que participem desse esforço de construção do entendimento”, disse o ministro. “Para que tenhamos uma base constituída, a gente precisa dialogar, convidar e abrir a porta. É o que a gente está fazendo. Estamos abrindo a porta para a construção dessa base”, observou.
As conversas terão início nesta quinta-feira (4), manhã seguinte à volta do presidente, em uma intensa agenda já articulada pelo Palácio do Planalto. O primeiro compromisso está marcado para as 8h30.
Bolsonaro receberá, em conversas individuais pela manhã, o presidente do PRB, Marcus Pereira (SP); o presidente do PSD, Gilberto Kassab (SP); o ex-governador de São Paulo, o tucano Geraldo Alckmin; além do presidente do PPP, senador Ciro Nogueira (CE). Ele almoçará com o presidente do DEM e com o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, e na parte da tarde terá um encontro com o presidente do MDB, Romero Jucá (RR).
Tabu
Além da rodada de conversas desta quinta-feira, outros presidentes de legendas estão confirmados para encontro com Bolsonaro na próxima semana no Palácio do Planalto, entre eles os representantes do PSL, do Solidariedade, do PR e do Podemos.
Apesar dos diversos recados passados pelo Congresso e das reclamações constantes dos partidos, que não se sentem estimulados no apoio ao governo sem a gestão de pastas ou outros órgãos, a distribuição de cargos é um assunto tabu entre os palacianos.
A articulação do Planalto, no entanto, pode esbarrar na falta de diálogo com os líderes partidários que, no momento das votações, orientam as bancadas sobre as posições. De acordo com o ministro, essa agenda ainda não foi preparada e a possibilidade só será avaliada após diálogo com os líderes.
“Vamos conversar com os presidentes de partidos e ajustar com eles como serão os próximos passos”, finalizou o ministro.