Em nove viagens internacionais, Bolsonaro gastou R$ 1,2 milhão
Segundo a Presidência da República, os custos dizem respeito ao gasto do total da equipe do presidente. Detalhamento é mantido em sigilo
atualizado
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Em nove viagens internacionais, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e sua equipe gastaram R$ 1,2 milhão. Entre os deslocamentos mais caros, estão as visitas ao Japão (R$ 331,3 mil) e à Suíça (R$ 278,4 mil).
O valor total é referente ao período compreendido entre janeiro e 23 de setembro. Os números foram levantados pelo site Don’t LAI to me – Fiquem Sabendo, agência de dados especializada na Lei de Acesso à Informação.
Segundo a Presidência da República, os custos dizem respeito ao gasto do total da equipe do presidente, e não somente de Bolsonaro, e incluem despesas com passagens, hotéis, transporte e alimentação. Os dados específicos de viagens de presidentes, como as notas fiscais, são mantidos sob sigilo até o fim de sua gestão.
Além do Japão e da Suíça, o presidente esteve em Nova Iorque (R$ 200 mil), Israel (R$ 186,8 mil), Dallas (R$ 131,9 mil), Washington (R$ 85,4 mil), Buenos Aires (R$ 25 mil), Chile (R$ 20,5 mil) e Santa Fé (R$ 15,5 mil).
Em oito meses de governo, o presidente Bolsonaro e a comitiva presidencial gastaram R$ 3,7 milhões em viagens nacionais. O chefe do Palácio do Planalto esteve em mais de 50 destinos neste período.
Ao todo, o chefe do Palácio do Planalto gerou uma despesa de R$ 4,9 milhões com viagens nacionais e internacionais. Faltam na lista a visita aos Oriente Médio (Arábia Saudita, Emirados Árabes e Catar) e à China (foto em destaque).
Por enquanto, as informações disponíveis são somente de data, destino e valor, pois a especificação (íntegra das notas fiscais) é colocada sob sigilo até o fim do mandato do presidente.
Segundo a Presidência da República, não se pode abrir essa informação nem mesmo depois de o presidente deixar o cargo, sob risco de ameaçar a segurança de autoridades, uma vez que tal dado revelaria a quantidade de agentes envolvidos.
Versão oficial
O Metrópoles entrou em contato com os palácios do Planalto, mas não obteve resposta até a última atualização deste texto. A reportagem questionou, por exemplo, quais despesas mais geraram custos e como as comitivas são formadas. O espaço continua aberto para manifestações.
Já o Palácio do Itamaraty, que faz parte da organização das viagens, destacou apenas que “as despesas em viagens presidenciais do presente ano são classificadas e não podem ser informadas”.
No começo de novembro, o Palácio do Planalto divulgou um espécie de balanço das viagens mais recentes do presidente. Na China, por exemplo, Bolsonaro assinou oito acordos bilaterais. Nos Emirados Árabes, o presidente firmou outros dois acordos. Na Arábia Saudita, o governo acertou com o Fundo de Investimento Público Saudita (PIF) uma iniciativa para explorar potenciais oportunidades de investimentos mutuamente benéficos em até US$ 10 bilhões, em parceria com o Brasil.