Em estreia como candidato ao Senado, Datena critica segurança pública
O apresentador integrará a chapa encabeçada por João Doria (PSDB), ex-prefeito de São Paulo, que concorrerá ao governo de SP
atualizado
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O apresentador José Luiz Datena mal se lançou na política e já mostrou que não vai economizar no discurso, mesmo que isso signifique questionar diretamente a gestão de seus próprios aliados. Em sua estreia ao microfone como candidato ao Senado pelo DEM, Datena não economizou nas críticas à segurança pública, citando especificamente a situação observada em São Paulo, estado governado há décadas pelo PSDB João Doria e Geraldo Alckmin.
“O crime organizado no Brasil, e mais especificamente o PCC, criado em São Paulo, é a organização criminosa que mais cresce no mundo inteiro. Se é a que mais cresce, significa que o sistema de segurança pública de São Paulo, do Brasil, está falido”, afirmou Datena. O apresentador vai integrar a chapa encabeçada pelo próprio Doria, ex-prefeito de São Paulo.
“Estamos fartos de mentira. Queremos acreditar que essa classe política chegou ao limite e que façam desse país um grande país, pensando do povo e para o povo, e não do bolso e para o bolso”, destacou em outro trecho do discurso.
O apresentador disse que aceitou estar ao lado de “tanta gente que mete o pau” porque, apesar disso, existem bons quadros em todo lugar. “Se a gente não acreditar nisso, o próximo passo vai ser um regime de exceção”. Mas deixou claro que não pretende mudar seu jeito. “Tem cara que faz parte da coligação e que me odeia.”
Datena criticou os políticos que defendem a reforma da Previdência, antes da reforma política. A afirmação foi feita ao lado de Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara e pré-candidato do DEM à Presidência. Ele disse ainda que ficou “desesperado” quando o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa desistiu de concorrer, porque considera necessário renovar a política.
Participaram do evento o ministro de Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), os deputados Rodrigo Maia e Rodrigo Garcia (DEM) e o prefeito Bruno Covas (PSDB), entre outros. O presidente do PRB, pastor Marcos Pereira, que integra a coligação, não compareceu nem colocou representante na mesa.
Votos
Datena deixou o local sem responder a perguntas da imprensa, alegando que precisava ir ao velório de seu amigo, que faleceu ontem. Aos jornalistas, Doria minimizou as críticas de Datena e disse que sua sinceridade é “tão grande quanto o número de votos que vai ter”. “Não vamos mudar o jeito Datena de ser. Ele terá a maior votação ao Senado da história”, garantiu.
Doria também negou que exista qualquer tipo de atrito dentro da coligação por causa da chegada do apresentador de TV.