Bolsonaro em carreata no DF: “Vamos varrer PT e PSDB para lixeira”
Candidato do PSL à Presidência passou por Ceilândia e Taguatinga, redutos eleitorais importantes da região do Distrito Federal
atualizado
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Após uma hora de concentração de militantes e apoiadores, teve início em Ceilândia o ato de apoio ao candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, programada para as 9h desta quarta-feira (5/9). Ao chegar, o presidenciável foi saudado por entusiastas, nos braços dos participantes da agenda de campanha. Por volta de 10h45, após muito tumulto e desorganização, o comboio começou a sair de Ceilândia Norte, próximo ao Sesc, em direção a Taguatinga. Em extensa agenda de campanha, Bolsonaro demonstrou impaciência e preocupação com o avançar do horário.
Bolsonaro também aproveitou para promover a candidatura ao Palácio do Buriti de Paulo Chagas (PRP), participante do evento. “Vamos ter, se Deus quiser, um governador que ame sua pátria, respeite seu povo, para que tenhamos dias melhores para o Brasil”, afirmou o presidenciável do alto de um dos carros de som. O deputado candidato procurou demonstrar uma ligação afetiva com a região. Enquanto discursava, Bolsonaro arremessou do alto do carro de som o boneco inflável que faz referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, liderança do PT preso em Curitiba.
“A minha esposa é da Ceilândia. Vamos ter uma primeira dama da Ceilândia ou não vamos?”, disse o Presidenciável pelo PSL ao iniciar a carreata puxada por três carros de som, seguidos ainda por outros veículos. “Falta escolhermos quem tem competência e responsabilidade para comandar esse país. Sou um patinho feio nessa história, mas, juntos com o povo brasileiro, seremos bonitos no futuro”, completou o candidato.
Apoiadores do candidato aproveitaram a concentração para promover um adesivaço em carros e motos. A empolgação dos militantes atrasou o início da carreata. Uma locutora chegou a brigar, por meio do sistema de som, com os apoiadores que se recusavam a descer do trio elétrico que carrega o candidato do PSL. Alguns presentes ao ato, mais exaltados, hostilizaram a imprensa, o que levou a organização da carreata a repreender os militantes pedindo mais “educação”.
Em sua fala inicial, Bolsonaro também defendeu o que considera ser o direito do povo a se armar e fez críticas ao PT. “O Brasil não suporta mais outro ciclo de PT ou PSDB. Vamos varrer a cúpula desses partidos para a lata de lixo da história”, disse. “Vamos fazer respeitar o referendo de 2005, onde o povo optou por comprar arma de fogo”, completou. O presidenciável está acompanhado de aliados políticos, como o próprio filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o deputado Delegado Franscischini (PSL-PR). Fadi Faraj, candidato ao Senado pelo PRP, também está presente à carreata desta quarta. Presidente em exercício do PSL e um dos principais coordenadores da campanha, Gustavo Bebianno acompanha de perto o candidato do partido à Presidência.
Trajeto
Logo na largada, uma falha no planejamento do ato provocou um encontro entre os apoiadores de Bolsonaro e Paulo Chagas com entusiastas da candidatura de Ibaneis Rocha (MDB) ao governo do Distrito Federal. Apesar do clima de disputa eleitoral, não houve hostilidade. Militantes do PT, empunhando bandeiras do partido, fizeram sinal de reprovação a Bolsonaro diante da passagem do candidato pelo percurso até Taguatinga.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidenciável e candidato à reeleição, decidiu acompanhar a carreata a pé. “Escolhi descer para ir em meio ao povo. Sou o primeiro a dar o exemplo. A receptividade no DF está a melhor possível”, disse.
Durante o trajeto, alguns comerciantes dos estabelecimentos por onde o trio passava, na avenida Hélio Prates, em Ceilândia Norte, saíam das lojas com os celulares ao alto para registrar imagens do candidato à Presidência. “Eu não estava sabendo que o candidato estaria fazendo carreata aqui (Ceilândia), hoje. O Bolsonaro significa mudança para o país. Ele tem o meu voto. Trabalho em um posto de gasolina aqui na avenida e estou tentando registrar a minha foto com ele”, disse o frentista Kaique Almeida, 23, durante uma pausa no serviço para o registro fotográfico.
Já em Taguatinga, diante de uma maior reação negativa à presença do candidato, o trajeto chegou a ser alterado. Alguns moradores da região que aguardavam transporte em um ponto de ônibus vaiaram a carreata quando a carreata passou. O gesto de aversão à candidatura de Bolsonaro se repetiu durante a passagem por outros pontos de ônibus, inclusive com sinais da cruz.
Policiais militares em serviço, responsáveis pela segurança do evento, também aproveitaram para registrar a carreata em apoio ao candidato do PSL. Acompanharam ainda a carreata de Bolsonaro militantes de diversas candidaturas, como apoiadores de Ibaneis (MDB), Fraga (DEM) e Claudeci da Luart Calçados, candidato a distrital pelo Podemos, partido do presidenciável Alvaro Dias.
A carreata foi encerrada com um Pai Nosso coletivo, ainda no carro de som, após uma provocação feita pelo presidenciável. “Aqui não tem bafo de mortadela, não; mas, aqueles que gostam do PT, na Venezuela nem mortadela tem”, afirmou.
Apoiadores chegaram cedo
Um dos apoiadores da candidatura de Bolsonaro aproveita o ato de campanha para vender camisas com a estampa do presidenciável. A unidade custa R$ 35, enquanto duas saem ao preço promocional de R$ 60. O entusiasta do presidenciável relatou ter vendido 70 peças.
A dentista Marli Carvalho, de 44 anos, moradora de Sobradinho, disse ter saído de casa às 6h com destino à Ceilândia, para acompanhar a carreata. “Se queremos mudança, precisamos apoiar e ir pra rua. O povo tá cansado do mesmo. A minha família vai apoiar o Bolsonaro, pois consideramos que ele é o melhor para o Brasil”, disse. Já Edilson Rodrigues de Oliveira, de 52 anos, é policial civil morador do Gama. “Conheço particurlamente o general Paulo Chagas e vim prestigiar ele e o Bolsonaro. Devido a minha profissão, eu me identifico com as propostas de campanhas dos dois candidatos. Vou junto até a vitória”, disse.
Conforme mostrou o Metrópoles, a carreata promovida pelo presidenciável do PSL percorre redutos eleitorais que renderam vitória à adversária Marina Silva na disputa de 2014. Bolsonaro participa do ato acompanhado do general Paulo Chagas (PRP).