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Eduardo Bolsonaro diz que Coaf traz desgaste, mas afirma haver exagero

Deputado federal mais votado do país disse que não tem como controlar a conta dos assessores e defende investigações

atualizado

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Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
eduardo bolsonaro
1 de 1 eduardo bolsonaro - Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro, admitiu que o caso envolvendo um ex-assessor do irmão e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) causa desgaste ao pai, que toma posse como presidente da República em 1º de janeiro. Em entrevista ao Estadão/Broadcast antes da cerimônia de diplomação dos políticos paulistas eleitos, nesta terça-feira (18/12), Eduardo Bolsonaro afirmou que há “exagero” na repercussão do assunto e tentou afastar a responsabilidade do pai e do irmão nas movimentações bancárias de assessores.

“Traz [desgaste], mas acredito também que está ocorrendo um certo exagero nessa parte”, disse Eduardo, quando questionado sobre o caso identificado pelo Coaf.

“As coisas devem ser esclarecidas. Também acho que, pelas nossas condutas e nossas bandeiras, a gente tem que manter independência dos órgãos para poder investigar, e na medida do tempo tudo vai ser esclarecido”, declarou, acrescentando que qualquer sanção depende da Justiça, e não da família Bolsonaro.

Para Eduardo Bolsonaro, um parlamentar não tem controle sobre todos os atos de seus assessores. “Não tem como controlar a conta dos meus assessores, quiçá dos assessores do meu irmão”, ressaltou.

Na sequência, em entrevista coletiva, o deputado federal insistiu na tentativa de afastar a responsabilidade do pai e do irmão nos casos referentes a Queiroz e à filha do ex-assessor Nathalia Queiroz, que atuou como personal trainer e já esteve lotada nos gabinetes de Flávio e Jair Bolsonaro.

“Você está querendo me dizer que tenho de saber o que ele pegou na conta dele? Acho complicado. Nossa parte é não atrapalhar a investigação”, disse. “Eu sou Eduardo Bolsonaro, deputado federal eleito por São Paulo. As questões referentes aos gabinetes do Jair e do Flávio Bolsonaro devem ser tratadas com eles”, afirmou.

Sem interferência
O deputado federal negou que as negociações para construção da base aliada do novo governo no
Congresso tenham sido afetadas pelos casos envolvendo assessores do seu pai e do seu irmão. “Eu não acredito que esteja interferindo. Setenta e cinco por cento das pessoas estão confiantes no futuro do governo Bolsonaro”, disse o deputado, em referência à pesquisa feita pelo Ibope.

Eduardo disse também que seu grupo político não vai fazer “vaquinha” nem alegar perseguição política caso o poder Judiciário diga que alguém ligado ao grupo mereça condenação.

“A oposição, que está com um ex-presidente na cadeia, está tramando costuras políticas para evitar que outros também sejam presos. Isso não vão ver a gente fazendo”, afirmou o parlamentar, agora em referência ao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Se o Ministério Público, a Justiça ou quem quer que seja falar que alguém merece condenação, não vamos fazer vaquinha nem passeata dizendo que é perseguição política. Teremos discernimento e responsabilidade de arcar com qualquer coisa que seja”, disse.

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