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Dilma: série O Mecanismo, da Netflix, é “mentirosa e dissimulada”

Ex-presidente divulgou carta em seu site oficial nesse domingo (25/3). Ela acusa o diretor José Padilha de disseminar informações falsas

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Dilma Rousseff
1 de 1 Dilma Rousseff - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Nesse domingo (25/3), a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) divulgou, em seu site oficial, uma nota criticando o seriado da Netflix inspirado na Operação Lava Jato: O Mecanismo. Para ela, a série é “mentirosa e dissimulada”.

“A propósito de contar a história da Lava Jato, numa série ‘baseada em fatos reais’, o cineasta José Padilha incorre na distorção da realidade e na propagação de mentiras para atacar a mim e ao presidente Lula”, disparou a petista.

Ainda segundo a ex-presidente, o diretor teria inventado fatos e tornado-se “um criador de notícias falsas”. “Sobre mim, o diretor de cinema usa as mesmas tintas de parte da imprensa brasileira para praticar assassinato de reputações, vertendo mentiras na série de TV, algumas que nem mesmo parte da grande mídia nacional teve coragem de insinuar”, afirmou.

Durante a crítica, Dilma cita como exemplo uma frase dita na série pelo personagem representante do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O cineasta ainda tem o desplante de usar as célebres palavras do senador Romero Jucá (PMDB-RR) sobre ‘estancar a sangria’, na época do impeachment fraudulento, num esforço para evitar que as investigações chegassem até os golpistas. O estarrecedor é o cineasta atribuir tais declarações ao personagem que interpreta o presidente Lula”.

No fim da carta, a ex-presidente afirma ser a favor da liberdade e contra apenas a “divulgação de informações falsas”. “Reitero meu respeito à liberdade de expressão e à manifestação artística. Há quem deseja fazer ficção e tem todo o direito de fazê-lo. É forçoso reconhecer que se trata de ficção. Caso contrário, o feito não está baseado em fatos reais, mas em distorções, em fake news inventadas”, completou.

A série vem sendo criticada também pelo público, visto que nomes de pessoas reais e de instituições são trocados por versões ficcionais para efeito dramático. A ex-presidente Dilma Rousseff, por exemplo, é chamada de Janete. E a Petrobras vira PetroBrasil.

Em entrevista, Padilha bate na tecla de que a história não é verídica, mas o relato livre da situação do Brasil. “A gente está fazendo algo mais ou menos baseado no mundo real. Temos ideias, mas não posso dizer se vai ter uma segunda temporada. Estamos sempre conversando com o Vladimir [Netto, autor do livro sobre a Lava Jato que inspirou o seriado]”, disse o diretor.

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