Dilma e Lula ficam fora de relatório final da CPI do BNDES
Deputado do DEM, Kim Kataguiri classificou resultado como uma “meia pizza”, já que outros nomes famosos tiveram o indiciamento sugerido
atualizado
Compartilhar notícia
Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (PT) não tiveram o indiciamento sugerido pelo relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES instalada na Câmara dos Deputados. O texto foi aprovado na tarde desta terça-feira (22/10/2019), último dia do prazo de funcionamento do colegiado, e a exclusão dos petistas foi fruto de uma negociação entre deputados do centrão e da oposição, especialmente do PT, que possui a maior bancada da Casa, com 54 membros.
Ainda pode haver uma reviravolta, pois falta a votação de três destaques e dois deles pedem a reinclusão dos nomes dos presidentes petistas entre os indiciados.
O texto do relator Altineu Côrtes (PL-RJ) sugere o indiciamento pelo Ministério Público dos grupos empresariais Odebrecht e seus responsáveis, Emílio e Marcelo Odebrecht; e J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos do frigorífico JBS. Além disso, pede o indiciamento de ex-ministros, ex-presidentes do BNDES, servidores públicos e funcionários do banco.
O texto-base foi aprovado por 19 votos a 10, após três horas e meia de debate.
Meia pizza
A exclusão dos nomes dos ex-presidentes petistas foi a forma encontrada pelo relator para impedir que o relatório fosse arquivado sem votação, pois não havia acordo.
No último dia 21 de outubro, a oposição havia conseguido derrubar pela quarta vez seguida a votação do relatório que pede o indiciamento de cerca de 70 pessoas entre políticos, empresários e diretores do banco.
Para o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), o resultado da votação representou uma “meia pizza”. “Sugerimos o indiciamento de Joesley e Wesley, mas ao mesmo tempo deixamos de fora o líder da quadrilha, que é o ex-presidente Lula, e a ex-presidente Dilma. Lamento muito que não tenhamos conseguido”, discursou ele.