Deputado protocola pedido para que passaporte de Dallagnol seja retido
Rogério Correia (PT-MG) alega que o procurador tem “tempo para falar com a imprensa, mas não com parlamentares”
atualizado
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O deputado Rogério Correia (PT-MG) protocolou na Comissão de Direitos Humanos, nesta segunda-feira (15/07/2019), pedido para que o passaporte do coordenador da Força-Tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, seja retido. O motivo seria o fato de ele ter recusado convite para ir à Câmara explicar os diálogos vazados pelo site The Intercept Brasil com o ministro da Justiça, Sergio Moro.
Segundo o parlamentar, Dallagnol tem tempo para responder órgãos de imprensa, mas não demonstra “boa vontade” para falar com parlamentares. Pelo Twitter, Correia ainda se referiu às férias de cinco dias retiradas pelo ministro Moro.
1) Protocolei nesta manhã pedido de retenção de passaporte do Dallagnol. Protocolo feito na Comissão de Direitos Humanos, uma das comissões, aliás, a que o procurador foi convidado para dar explicações sobre as denúncias, mas recusou sem dar motivo.
(continua)— Rogério Correia (@RogerioCorreia_) 15 de julho de 2019
2) Dallagnol tem tempo para responder a órgãos de imprensa, mas não demonstra boa vontade para falar com parlamentares, o que afronta a democracia. Acusações são cada vez mais graves, precisamos da garantia de que ele não poderá deixar o país, como aliás fez Moro no sábado.
— Rogério Correia (@RogerioCorreia_) 15 de julho de 2019
Dallagnol se recusa a ir à Câmara dar explicações sobre as denúncias. E se inventarmos e dissermos a ele que tem cachê? Será que assim ele vai?
— Rogério Correia (@RogerioCorreia_) 15 de julho de 2019
Entenda
Na última segunda-feira (08/07/2019), Dallagnol enviou ofício à Câmara e ao Senado comunicando que não irá a nenhuma das duas Casas para falar sobre mensagens vazadas pelo site The Intercept Brasil.
Depois de ouvirem Moro e o jornalista e advogado Glenn Greenwald, um dos fundadores do Intercept, os parlamentares avaliam que é necessário receber explicações de Dallagnol, presente em todas as mensagens vazadas até agora.
Confira a justificativa do procurador:
“O Congresso Nacional é uma das Instituições mais relevantes em nossa democracia e corresponsável pela definição dos rumos do país, como um dos poderes da República. Como membro do Ministério Público, Instituição essencial à Justiça, tenho por função constitucional desempenhar trabalho de natureza técnica perante o Judiciário, outro poder, situação distinta daquela de agentes públicos vinculados ao Poder Executivo. Esse trabalho técnico consiste em investigar fatos e buscar a aplicação da lei penal de modo eficiente e justo, de acordo com a Constituição e com as leis, atividade funcional sujeita à apreciação do Poder Judiciário. Diante disso, muito embora tenha sincero respeito e profundo apreço pelo papel do Congresso Nacional nos debates de natureza política que realiza e agradeça o convite para neles participar, acredito ser importante concentrar na esfera técnica minhas manifestações sobre mensagens de origem criminosa, cuja veracidade e autenticidade não reconhecemos, e que vêm sendo usadas para atacar a Operação Lava Jato.”