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“Depois das 18h, a baixaria começa”, reclama Paulo Guedes em comissão

Ministro se irritou quando Perpétua Almeida (PCdoB-AC) mencionou o suposto envolvimento de Guedes na Operação Greenfield

atualizado

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1 de 1 paulo guedes na comissão especial da previdência 2 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Após quase seis horas de sessão da Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, o ministro da Economia, Paulo Guedes, rebateu ataques de parlamentares da oposição referentes à Operação Greenfield, que investiga irregularidades em fundos de pensão do país. “Depois das 18h, a baixaria começa, né? É o padrão da Casa, ofensa. Já entendi o padrão”, irritou-se o economista.

A declaração ocorreu depois que a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) mencionou, durante seu tempo de fala, o suposto envolvimento de Guedes na operação. “Não posso ser acusado do que vários companheiros da deputada Perpétuo estão sendo. Se eu googlar [buscar no Google] dinheiro na cueca, vai sair coisa”, criticou.

O titular da pasta de Economia afirmou que não iria reagir “nem à ameaça nem à ofensa”. Contudo, destacou: “Já fui ameaçado de crime de responsabilidade fiscal, entrar no Google para pegar ‘coisas minhas’. Já estou compreendendo um pouco mais como funciona a Casa, então não vou reagir nem à ameaça nem à ofensa”.

Com o atrito entre Guedes e parlamentares, o presidente da comissão, Marcelo Ramos (PR-AM), voltou a intervir no andamento da sessão desta quarta-feira (08/05/2019). O deputado pediu ao economista e ao colegiado que não falassem sobre outro assunto que não a Previdência. “Me fragiliza exigir isso de novo. Fragiliza a Mesa”, lamentou.

Discussão da matéria
Na segunda visita de Guedes à Casa, parlamentares a favor da reforma defenderam a aprovação da medida e destacaram a necessidade de manter intacta a espinha dorsal do texto encaminhado ao Congresso pelo Executivo federal. Ou seja, mesmo com eventuais alterações em alguns pontos do projeto, a projeção de o governo economizar R$ 1 trilhão em 10 anos deve ser mantida.

A líder do governo Bolsonaro (PSL) no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou que a população já está consciente de que mudanças são necessárias. “O Brasil não aguenta mais puxadinho, queremos um projeto robusto, com R$ 1 trilhão”, destacou.

Como uma maneira de desmistificar trechos da PEC que são atacadas pelo colegiado, a deputada questionou o ministro sobre o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a capitalização e a pensão em casos de morte.

Para Filipe Barros (PSL-PR), há muitas notícias falsas acerca dos números referentes ao impacto econômico da reforma. “Ouvimos muita fake news aqui, muito blablablá. O atual sistema vai manter a população pobre, vai manter os privilégios e um dos privilégios é a aposentadoria dos deputados”, disse.

Em um comparativo com o Chile, um dos países que adotaram um sistema de capitalização na Previdência, o líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), atacou a proposta de reformulação da aposentadoria dos brasileiros apresentada pela atual gestão federal. “Não somos contra por razão filosófica apenas, é porque não dá certo. Não deu certo em lugar nenhum”, justificou.

Molon criticou, ainda, os números divulgados pelo governo que, segundo ele, estariam errados. Guedes, por sua vez, defendeu os técnicos que trabalharam nos dados. “Eu estou com a minha equipe. Ela pode errar, eu vou averiguar, mas acho improvável. Era um grupo muito bom”, afirmou o ministro da Economia.

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