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Depoimento e planilha ligam Bolsonaro e ministro a caixa 2, diz jornal

Ex-assessor de Marcelo Álvaro Antonio disse achar que parte do dinheiro dos laranjas do PSL foi para campanha do presidente

atualizado

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Valter Campanato/Agência Brasil
Turismo
1 de 1 Turismo - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Um depoimento concedido à Polícia Federal somado a uma planilha apreendida em gráfica, como parte das investigações sobre candidaturas laranjas no PSL, sugerem que dinheiro do esquema em Minas Gerais foi desviado para abastecer, por caixa 2, as campanhas do presidente Jair Bolsonaro e do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, ambos nos quadros do partido. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Em esclarecimentos à PF, Haissander Souza de Paula, assessor parlamentar de Álvaro Antônio à época e coordenador da campanha do mineiro a deputado federal no Vale do Rio Doce (MG), disse achar que “parte dos valores depositados para as campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro”.

Além disso, as apurações revelaram também uma planilha, nomeada “MarceloAlvaro.xlsx”, na qual há referência ao fornecimento de material eleitoral para a campanha do atual mandatário do país com a expressão “out”, o que, na compreensão de investigadores, significa pagamento “por fora”.

Os materiais foram apreendidos no âmbito das diligências sobre candidaturas laranjas nas eleições de 2018 no PSL, sigla do presidente. O esquema teria destinado para outros fins recursos que, por lei, deveriam ser aplicados em candidaturas femininas da legenda.

Ao jornal, a defesa do ministro pontuou que, até o momento, as investigações não apontaram nenhum ato ilegal do titular do Turismo. O Palácio do Planalto não quis comentar o assunto.

Marcelo Álvaro Antônio foi indiciado pela Polícia Federal por suspeita de crimes como falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa na última sexta-feira (04/10/2019). O político mineiro é acusado de envolvimento no esquema de laranjas do PSL, no decorrer das disputas eleitorais do ano passado.

O relatório policial seguiu no mesmo dia ao Ministério Público de Minas Gerais, que, por sua vez, denunciou o ministro do Turismo por dois crimes. Outras 10 pessoas também foram denunciadas. O presidente da República, até o momento, não é investigado no esquema.

“Álvaro Antônio ainda não foi notificado oficialmente da decisão, mas reafirma sua confiança na Justiça e reforça sua convicção de que a verdade prevalecerá e sua inocência será comprovada”, informou a pasta, em nota enviada à imprensa.

Outro lado
A defesa do ministro do Turismo informou, por meio de nota que Haissander Souza de Paula, assessor parlamentar de Álvaro Antônio foi coagido a prestar o depoimento ao ser preso em Minas Gerais. O ministro nega a existência do esquema investigado agora pelo Ministério Público.

“Haissander foi por horas pressionado pelo Delegado Marinho a assinar, sem a presença do seu advogado, um termo de declarações de cuja elaboração não participou, com declarações prontas e falsas, tendo a autoridade policial verbalizado que o Ministro do Turismo seria demitido naquele instante e que, assim, deveria “falar tudo”, prometendo a Haissander a sua soltura imediata se assinasse o referido documento. Aliás, tais fatos gravíssimos serão objeto de apuração na Corregedoria da Polícia Federal, esperando-se o devido esclarecimento e a responsabilização dos agentes públicos envolvidos”, diz a nota assinada pelo advogado Willer Tomaz.

o advogado diz ainda que a expressão “out” que poderia indicar recursos não contabilizados. Segundo ele, ela faz referência a “serviços ainda pendentes de execução” na gráfica. “O fornecedor dos serviços gráficos possui autonomia para organizar a forma como presta os seus serviços, tendo já esclarecido formalmente que utilizava a expressão “out” meramente para destacar os serviços ainda pendentes de execução”, destacou a nota.

 

Veja a lista de indiciados:

  • Marcelo Álvaro Antônio (ministro)
  • Professor Irineu (deputado estadual)
  • Lilian Bernardino (suspeita de candidatura laranja)
  • Debora Gomes (suspeita de candidatura laranja)
  • Camila Fernandes (suspeita de candidatura laranja)
  • Naftali Tamar (suspeita de candidatura laranja)
  • Marcelo Raid Soares
  • Roberto Silva Soares (assessor do ministro)
  • Mateus Von Rondon (assessor especial do ministro)
  • Haissander de Paula (ex-assessor do ministro)
  • Reginaldo Donizeti Soares (irmão de Roberto)

Leia a íntegra da nota divulgada pelo ministro: 

Nota de defesa do ministro … by Metropoles on Scribd

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