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Defesa de Lula diz que delator foi pressionado para mudar depoimento

Para força-tarefa, delação premiada do empreiteiro Leo Pinheiro “foi apenas um dos elementos de prova” contra o ex-presidente

atualizado

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1 de 1 zanin - Foto: FUTURA PRESS

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu aos novos vazamentos de diálogos atribuídos a procuradores da Lava Jato. As mensagens mostram que o  empreiteiro Léo Pinheiro “foi tratado com desconfiança pela Operação Lava Jato durante quase todo o tempo em que se dispôs a colaborar com as investigações”.

Para a defesa do ex-presidente, Pinheiro foi pressionado para mudar sua versão e incriminar o petista no caso do tríplex.“A reportagem reforça a forma ilegítima e ilegal como foi construída a condenação do ex-presidente Lula”, disse o advogado Cristiano Zanin Martins (foto em destaque), em nota enviada ao site Uol.

O ex-presidente da construtora OAS foi um dos principais personagens da Lava Jato a incriminar Lula no caso que o levou à prisão. A suposta desconfiança foi revelada pelo jornal Folha de S.Paulo e pelo site The Intercept Brasil, que publicaram conjuntamente uma reportagem neste domingo (30/06/2019).

A conversa mostra que Pinheiro “só passou a ser considerado merecedor de crédito após mudar diversas vezes sua versão sobre o apartamento tríplex de Guarujá (SP) que a empresa afirmou ter reformado para o líder petista”.

Zanin critica o vai-e-vem das versões. “Léo Pinheiro, que ao longo do processo nunca havia incriminado Lula, foi pressionado e repentinamente alterou sua posição anterior em troca de benefícios negociados com procuradores de Curitiba, obtendo a redução substancial de sua pena”, afirmou.

A defesa de Lula disse ainda que na época chegou a pedir apuração das “informações divulgadas pela imprensa, dando conhecimento de que Léo Pinheiro estaria sendo forçado a incluir artificialmente o nome do ex-presidente Lula no seu acordo de delação”.

Em março de 2017, quando o processo aberto para examinar o caso do tríplex estava se aproximando do fim e Léo Pinheiro se preparava para ser interrogado por Moro, a defesa pediu o empreiteiro fosse impedido de prestar depoimento.  O então ex-juiz Sergio Moro negou. 

A nota da defesa do petista termina dizendo que “tais elementos mostram que jamais houve intenção de apurar a verdade dos fatos, mas apenas a de impor a Lula uma condenação sem qualquer prova de culpa e desprezando as provas de inocência que apresentamos durante o processo”.

Força-tarefa rebate
A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba afirmou, neste domingo, que a delação premiada do empreiteiro Leo Pinheiro “foi apenas um dos elementos de prova que embasaram a condenação de um ex-presidente da República”.

Em nota, os procuradores sustentaram que “a condenação foi fundamentada em farto material probatório que incluiu documentos, perícias, diversos testemunhos e outros materiais”.

“A condenação foi fundamentada em farto material probatório que incluiu documentos, perícias, diversos testemunhos e outros materiais. O teor da publicação também não é coerente com o fato de que o testemunho de Léo Pinheiro sequer existia quando foi feita a acusação”, destaca o texto.

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