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De pecuarista a coronel. Por Bolsonaro, PSL se aventura em 13 estados

Guarda-chuva do presidenciável se estende a candidatos de outras unidades da federação. Conheça seus apoiadores

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bolsonaro hc lula
1 de 1 bolsonaro hc lula - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

De pecuarista a engenheiro, passando por militares, advogados e empresários. O Partido Social Liberal (PSL) quer deixar de ser um nanico e ampliar a voz e o espaço nas eleições 2018, aproveitando a popularidade de Jair Bolsonaro para se expandir nos estados. Se em 2014 a sigla lançou um único candidato, em 2018 tentará a sorte com 13 postulantes aos governos.

Dos 13 nomes lançados pelo PSL Brasil afora, três são de militares: Ulysses Araújo e Marcos Rocha, coronéis da Polícia Militar do Acre e Rondônia, respectivamente, e Carlos Moisés da Silva, comandante da reserva do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina. Eles chegam para fortalecer a ligação de Bolsonaro com os quartéis. Já o policial federal e ex-promotor de Justiça César Simoni será a personificação do presidenciável em Tocantins.

O lastro liberal está longe de ser formado apenas pelos fardados. Em Roraima, o pecuarista goiano Antônio Almeida “Denarium” promete um forte apoio que vai além da caserna. Conhecido no ramo do agronegócio, da criação de bovinos e do setor imobiliário, Denarium pode ampliar a base da sigla junto a empresários. Condição semelhante se replica em Sergipe, com o comerciante João Tarantella.

No pleito de outubro, o PSL pretende aumentar a exposição de Bolsonaro não só em eventos nos estados mas também nos programas de TV e rádio exibidos no horário eleitoral. O partido não tem tradição de disputar governos, mas, com a “onda Bolsonaro”, terá o mesmo número de concorrentes, ou igual quantidade, que as siglas tradicionais. O MDB, por exemplo, lançou 13 nomes, e o PSDB, 12.

Para efeito de comparação, em 2014, o PSL lançou apenas um candidato: o advogado Araken Filho, derrotado com 0,9% dos votos no Rio Grande do Norte.

Conheça os nomes do PSL que vão concorrer nos estados em 2018:

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<strong>Alagoas:</strong> o estado também dará palanque a Jair Bolsonaro. O nome que concorrerá ao Palácio Floriano Peixoto é Josan Leite Pereira Barros, 48 anos. Engenheiro que um dia foi líder estudantil e ocupou cargo de diretor do Clube de Engenharia do estado, ele precisará de um desempenho melhor do que quando tentou ser vereador, em 2016. Na ocasião, obteve 2.033 votos, ficando na 51ª colocação e sem uma cadeira na Câmara  Municipal de Alagoas
<strong>Amapá:</strong> nascido na capital, Macapá, o servidor público Antonio Cirilo Fernandes Borges, 51 anos, foi candidato, entre 2008 e 2014, a vereador (PSol e PTB), deputado federal (PTB) e estadual (PPS). Não conseguiu se eleger em nenhuma das vezes. Cirilo Fernandes é formado em administração, com especialização em formação política para cristãos pela PUC-RJ.  
 
No estado, terá a forte concorrência do atual governador e candidato à reeleição, Waldez Goés, (PDT) e do senador João Capiberibe (PSB)
<strong>Ceará: </strong>mestre em direito internacional pela Universidade de  Heidelberg, na Alemanha, o advogado e professor Hélio Góis, 45 anos, dará apoio a Jair Bolsonaro em uma capital que, desde 2007, é comandada por partidos progressistas, como PSB e PT, além de ser um reduto dos irmãos pedetistas Ciro e Cid Gomes. Hélio Góis tem como pilares: fortalecimento da família, ampliação do tamanho da iniciativa privada no estado e redução dos impostos
<strong>Espírito Santo:</strong>o deputado federal Carlos Manato, 61 anos, será uma das vozes de Jair Bolsonaro no Espírito Santo. Formado em medicina, Manato tem especialização em ginecologia e obstetrícia. Atua como parlamentar na Câmara há quatro mandatos. No Congresso, o político votou favoravelmente a PEC do Teto dos Gastos públicos, ao impeachment de Dilma Rousseff (PT) e ao processo de abertura de investigação contra o presidente Michel Temer. Ele ainda se posicionou contrariamente à reforma trabalhista
<strong>Maranhão:</strong> famoso por ser um reduto da família Sarney, no Maranhão a voz do PSL é Maura Jorge Alves de Melo Ribeiro. A advogada de 55 anos foi deputada estadual pelo PFL por quatro mandatos e conseguiu também uma vaga quando integrava o PDT. Ela sofreu investigação por peculato e improbidade administrativa, sendo absolvida em ambos os casos. Maura Jorge já foi prefeita de Lago da Pedra, município onde nasceu
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Acre: o coronel Ulysses Freitas Pereira de Araújo, 45 anos, é o nome do PSL para concorrer ao governo. O militar, que chegou a ocupar o posto de subcomandante da PM-AC, tem como desafio derrubar as sucessivas gestões petistas no estado, vitoriosas há 20 anos. Ulysses é formado em direito pela Universidade Federal do Acre (Ufac), bacharel em Segurança Pública e Defesa Social pela Universidade Estadual do Pará (UEPA) e pós-graduado pela Universidade Cândido Mariano em Direito Civil, Direito Penal e Processual Militar. Ele também possui especializações diversas em países como Israel, Estados Unidos, França e Itália

Divulgação/PSL
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Alagoas: o estado também dará palanque a Jair Bolsonaro. O nome que concorrerá ao Palácio Floriano Peixoto é Josan Leite Pereira Barros, 48 anos. Engenheiro que um dia foi líder estudantil e ocupou cargo de diretor do Clube de Engenharia do estado, ele precisará de um desempenho melhor do que quando tentou ser vereador, em 2016. Na ocasião, obteve 2.033 votos, ficando na 51ª colocação e sem uma cadeira na Câmara Municipal de Alagoas

Arquivo Pessoal
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Amapá: nascido na capital, Macapá, o servidor público Antonio Cirilo Fernandes Borges, 51 anos, foi candidato, entre 2008 e 2014, a vereador (PSol e PTB), deputado federal (PTB) e estadual (PPS). Não conseguiu se eleger em nenhuma das vezes. Cirilo Fernandes é formado em administração, com especialização em formação política para cristãos pela PUC-RJ. No estado, terá a forte concorrência do atual governador e candidato à reeleição, Waldez Goés, (PDT) e do senador João Capiberibe (PSB)

Divulgação
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Ceará: mestre em direito internacional pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha, o advogado e professor Hélio Góis, 45 anos, dará apoio a Jair Bolsonaro em uma capital que, desde 2007, é comandada por partidos progressistas, como PSB e PT, além de ser um reduto dos irmãos pedetistas Ciro e Cid Gomes. Hélio Góis tem como pilares: fortalecimento da família, ampliação do tamanho da iniciativa privada no estado e redução dos impostos

Arquivo pessoal
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Espírito Santo:o deputado federal Carlos Manato, 61 anos, será uma das vozes de Jair Bolsonaro no Espírito Santo. Formado em medicina, Manato tem especialização em ginecologia e obstetrícia. Atua como parlamentar na Câmara há quatro mandatos. No Congresso, o político votou favoravelmente a PEC do Teto dos Gastos públicos, ao impeachment de Dilma Rousseff (PT) e ao processo de abertura de investigação contra o presidente Michel Temer. Ele ainda se posicionou contrariamente à reforma trabalhista

Wilson Dias/Agência Brasil
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Maranhão: famoso por ser um reduto da família Sarney, no Maranhão a voz do PSL é Maura Jorge Alves de Melo Ribeiro. A advogada de 55 anos foi deputada estadual pelo PFL por quatro mandatos e conseguiu também uma vaga quando integrava o PDT. Ela sofreu investigação por peculato e improbidade administrativa, sendo absolvida em ambos os casos. Maura Jorge já foi prefeita de Lago da Pedra, município onde nasceu

Divulgação
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Paraná: advogado, Ogier Alberge Buchi, 67, anos, será um dos braços do militar reformado no estado do Paraná. Ele foi candidato ao governo em 2014 pelo PRP, somando 50.446 votos, o equivalente a 0,85% do total. Buchi é apresentador de TV e atuou como diretor de Operações do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Um nome que fortalece a sua candidatura e a de Bolsonaro no estado é a do deputado federal Delegado Francischini, que tentará o Senado em 2018

Divulgação
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Piauí: empresário e jornalista, Fábio Sérvio, 39 anos, afirma em seu site oficial que, ao lado de Jair Bolsonaro, defende valores conservadores e da “direita”. Diz que é perseguido no estado, “dominado” pelo Partido dos Trabalhadores (PT) desde 2003. “O Piauí é a Venezuela do Brasil, experiência máxima do PT no Brasil”, ataca o candidato. Sobre Bolsonaro, ele afirma: “Inaugura no país uma nova forma de fazer política, sem maquiagem, de posicionamento simples e falando não o que a população quer, mas precisa”

Arquivo pessoal
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Rondônia: outro militar confirmado no palanque de Jair Bolsonaro é o coronel da Polícia Militar de Rondônia Marcos Rocha. Carioca, ele dirigiu a Escola Militar Tiradentes, em Porto Velho, e também foi secretário municipal de educação. O coronel também chegou a ocupar o cargo de secretário estadual de Justiça

Divulgação/Sejus
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Roraima: o pecuarista goiano Antonio Oliverio Garcia de Almeida, 54 anos, será o porta-voz de Jair Bolsonaro em Roraima. Antonio Denarium, como é conhecido, gere atividades no setor de agronecócios, na criação de bovinos e no setor imobiliário. Ele também foi gerente do extinto banco Bamerindus em Roraima

Divulgação/PSL
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Divulgação/PSL
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Sergipe: derrotado nas eleições para prefeito de Aracaju em 2016, pelo PMN, e a deputado estadual (PV) em 2010, o empresário e comerciante João Tarantella, 56 anos, tentará novamente um cargo eletivo

Divulgação
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Tocantins: formado em direito, e policial federal em Brasília, César Roberto Simoni, 59 anos, é o nome do PSL para o governo do Estado do Tocantins. Em sua primeira eleição, o policial reformado e ex-promotor de Justiça tentará brigar por espaço

Arquivo pessoal

A escolha liberal
Em Alagoas, o engenheiro Josan Leite, 48 anos, terá a dura missão de alavancar a candidatura em um estado dominado na política pelas famílias Calheiros, Collor e Vilela. Ex-apoiador do PSDB e coordenador de ações do Movimento Brasil Livre (MBL) em Maceió, Josan Leite disse que se filiou ao partido por ser “liberal na visão econômica e conservador na política, por valorizar os costumes, a religião e a cultura de seu povo”. Sobre Bolsonaro, ele afirma: “É a esperança da mudança de verdade no Brasil”.

No Ceará, o professor e advogado Hélio Góis se filiou ao partido para tentar resolver problemas que ele pontua no estado: crise hídrica, saneamento básico, valorização dos profissionais da saúde, redução dos estados e impostos e valorização da segurança pública. Sobre o postulante à Presidência, aponta ser um “homem honrado, tem a verdade como seu norte. Também prega os valores cristãos”, elogia.

Embora seja um partido pequeno, com a chegada do Jair Bolsonaro, houve uma filiação em massa. Essas pessoas buscaram o PSL na esperança de construir uma sigla grande, com uma possível vitória do Jair [em outubro]. Em 2014, o perfil do partido era outro. A única explicação para essa adesão é o fenômeno Bolsonaro.

Major Olímpio, candidato a Senador pelo PSL-SP

Ainda no Nordeste, o Piauí tem como candidato o empresário Fábio Sérvio. Ele se orgulha de ser o primeiro a ter lançado uma pré-candidatura a governo pelo PSL. Para comandar o estado, o qual ele define como a “Venezuela do Brasil”, terá que derrubar a força do Partido dos Trabalhadores (PT), na gestão do Executivo local desde 2003.

Divulgação/PSL
Candidato ao Senado por São Paulo, o deputado federal Major Olímpio (à esquerda) dará palanque a Jair Bolsonaro no estado

 

Braços em outros estados
O palanque do presidenciável do PSL em todo país vai além dos 13 estados onde terá candidatura própria. Em praças onde não lançou ninguém, Bolsonaro conseguiu apoio brigando com siglas de rivais diretos na disputa pelo Planalto.

No Mato Grosso, ele terá apoio de Pedro Taques (PSDB), viabilizado por Selma Arruda (PSL), candidata ao Senado daquela unidade da federação. No Amazonas, o PSL abraçou o pedetista Amazonino Mendes, dividindo a base do PDT e de Ciro Gomes no estado.

Essa costura se repete na Bahia, com João Carneiro (PRTB); no Pará, com Helder Barbalho (MDB), e no Mato Grosso do Sul, com Reinaldo Azambuja (PSDB).

No Distrito Federal, ocorre um fenômeno interessante. A sigla abraçou a campanha de Ibaneis Rocha (MDB) ao Palácio do Buriti. Conflitos internos e divergências fizeram com que a candidatura do general Paulo Chagas (PRP) fechasse aliança com Bolsonaro na capital, isolando o PSL local.

O deputado federal Major Olímpio, que tentará uma cadeira no Senado em outubro, é um dos nomes por trás da campanha do presidenciável em São Paulo. No reduto tucano, o PSL abriu mão de lançar postulante ao Palácio dos Bandeirantes.

“Ele disse que a desistência se deu após a negativa da advogada Janaína Paschoal de concorrer ao governo. Tentei lançá-la, mas, com a negativa, houve o entendimento de que era mais importante fortalecer nossa candidatura ao Senado. De qualquer forma, teremos palanque só [de parlamentares] de São Paulo para o Jair Bolsonaro, com a minha indicação para o Senado e também de deputados federais e estaduais”, explica Olímpio.

Intenção de voto nos estados em que o PSL lançou candidaturas:

Acre
Gladson Cameli (PP) – 36,08%
Marcus Viana (PT) – 31,41%
Coronel Ulysses (PSL) – 5,83%
Pesquisa estimulada – Instituto Delta (maio-2018)

Alagoas
Renan Filho (MDB) – 49%
Fernando Collor (PTC) – 15%
Josan Leite (PSL) – 0,3%
Pesquisa estimulada – TDL Pesquisa e Marketing (maio-2018)

Ceará
Camilo Santana (PT) – 71%
Guilherme Teophilo (PSDB) – 9%
Hélio Góis (PSL) – 3%
Pesquisa estimulada – IFT.com (julho-2018)

Espírito Santo
Renato Casagrande (PSB) – 30,3%
Paulo Hartung (MDB) – 29,6% (*o governador desistiu da reeleição)
Coronel Foresti (PSL) – 2,8%*
Pesquisa estimulada – Paraná Pesquisas (julho-2018)
Coronel Foresti foi substituído por Carlos Manato

Maranhão
Flávio Dino (PCdoB) – 57%
Roseana Sarney (MDB) – 30%
Maura Jorge (PSL) – 3%
Pesquisa estimulada – Exata/JP (junho-2018)

Paraná
Ratinho Junior (PSD) – 28,40%
Osmar Dias (PDT) – 24,33%
Ogier Buchi (PSL) – não aparece na pesquisa
Pesquisa estimulada – Instituto Arbeit Intelligence (junho-2018)

Piauí
Wellington Dias (PT) – 47,69%
Luciano Nunes (PSDB) – 7,21%
Fábio Sérvio (PSL) – 0,83%
Pesquisa estimulada – Instituto Opinar (abril-2018)

Rondônia
Ivo Cassol (PP) – 41,3%
Mariana Carvalho (PSDB) – 14,0%
Coronel Marcos Rocha (PSL) – não aparece na pesquisa
Pesquisa estimulada – Haverroth (junho-2018)

Roraima
Anchieta Junior (PSDB) – 35,12%
Antonio Denarium (PSL) – 9,30%
Suely Campos (PP) – 6,82%
Pesquisa estimulada – Empresa Z (abril-2018)

Sergipe
Eduardo Amorim (PSDB) – 15,00%
Valadares Filho (PSB) – 11,10%
João Tarantella (PSL) – 1,60%
Pesquisa estimulada – Dataplan (abril-2018)

Tocantins
Carlos Amastha (PSB) – 21,00%
Mauro Carlesse (PHS) – 19,00%
César Simoni (PSL) – não aparece nas pesquisas
Pesquisa estimulada – Correio do Povo (maio-2018)

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