DataPoder360: transferência de votos de Lula para Haddad alcança 34%
Percentual se refere àqueles que votam em petista apresentado como “apoiado pelo ex-presidente”. Rejeição ao ex-prefeito, porém, chega a 52%
atualizado
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Pesquisa DataPoder360 de agosto divulgada nesta quinta-feira (30/8) revela que 34% dos eleitores consideram a hipótese de votar em Fernando Haddad (PT) para presidente da República quando o ex-prefeito de São Paulo é apresentado como “apoiado” pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O DataPoder360 perguntou se o eleitor “votaria com certeza”, “poderia votar” ou “não votaria de jeito nenhum” em cada um dos candidatos. No caso de Haddad, a soma do “voto com certeza” e “poderia votar” resulta em 34%.
A taxa de “voto com certeza” em Haddad é de 8% e esse é o voto mais consolidado do petista. Nessa categoria de voto, ele está empatado na margem de erro com todos os demais principais candidatos a presidente neste momento, véspera do início da propaganda eleitoral na TV e no rádio. O PT e o PSDB terão os maiores tempos disponíveis para fazer esses comerciais por 35 dias.
O levantamento do DataPoder360, divisão de pesquisas do portal Poder360, realizou 5.500 entrevistas por meio de telefones fixos e celulares entre 24 a 27 de agosto. Foram atingidas 329 cidades em todas as 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Dado o número de entrevistas e a metodologia aplicada, a estratificação por regiões do país tem grande precisão. O registro do estudo no TSE é BR-04538/2018.
Fernando Haddad “apoiado por Lula”, Jair Bolsonaro (PSL), Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) e Alvaro Dias (Podemos) variam de 5% a 9% – ou seja, praticamente todos empatados dentro da margem de erro de 2 pontos para mais ou para menos, quando se trata de ter eleitores dizendo que “votam com certeza” nesses nomes.
A única diferença é quando é testado o próprio Luiz Inácio Lula da Silva ou alguém indeterminado e sem nome (“candidato apoiado por Lula”). Nesses casos, a taxa de “voto com certeza” vai de 25% a 30%. Neste momento, Lula, preso em Curitiba desde abril, enfrenta uma batalha jurídica para ser candidato a presidente. O PT registrou a candidatura do ex-presidente, mas todas as indicações dentro do Tribunal Superior Eleitoral são de que o nome do petista será barrado até 17 de setembro – o 1º turno da eleição é em 7 de outubro.
Nesse contexto, com o registro negado a Lula, o nome em preparação pelo PT é o de Fernando Haddad. O DataPoder360 testou nesta rodada como o ex-prefeito paulistano está em várias regiões do país. O melhor desempenho de Haddad foi no Nordeste. Quando apresentado como “apoiado por Lula”, tem 12% de “voto com certeza”. É nessa região que o PT tem registrado seus melhores resultados em disputas recentes.
REJEIÇÃO
Os percentuais de rejeição de todos os candidatos são altíssimos, na casa dos 60% ou acima. As duas exceções são para pessoas menos conhecidas por parte do eleitorado – Fernando Haddad e Alvaro Dias, por exemplo, são repelidos por 52% dos eleitores. Todas essas taxas de rejeição são mais altas no DataPoder360 do que em pesquisas de outras empresas (Ibope e Datafolha) porque as metodologias são diferentes.
No DataPoder360 as perguntas são feitas de maneira individual a respeito de cada candidato. Dessa forma, acaba emergindo uma rejeição maior para cada um dos nomes. Esse indicador alto – acima de 50% para todos – é um sinal de que esta eleição praticamente tem chance zero de terminar no 1º turno. Isso explica também a estratégia de alguns candidatos de se agarrarem aos seus eleitorados mais cativos, porque a missão de todos agora é tentar passar para a segunda rodada de votação. No Brasil, só vence no 1º turno quem tiver, pelo menos, 50% mais um dos votos válidos – os votos dados apenas nos candidatos.
CENÁRIO COM LULA
O DataPoder360 testou o cenário com os 13 candidatos registrados na disputa pelo Palácio do Planalto em 2018, inclusive com Lula. O resultado está em linha com o da maioria das empresas que fazem pesquisas no Brasil. Lula lidera com 30%. Bolsonaro tem 21%. Ciro, Alckmin e Marina pontuam 7%, 7% e 6%, respectivamente – e estão empatados na margem de erro do levantamento. Alvaro está com 3%.
Henrique Meirelles (MDB) e Cabo Daciolo (Patriota) estão empatados: cada um tem 2% das intenções de voto. A campanha de Meirelles é uma das mais ricas. Já Daciolo tem pouca estrutura e se destacou nos primeiros debates de TV por aparecer com uma Bíblia na mão e imprecar contra todos os adversários.